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Mesmo com elevações, Guaíba não deve voltar a alagar Porto Alegre

Segundo especialistas do IPH, apesar da situação controlada na região central de Porto Alegre, a Região das Ilhas deve ficar em alerta

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Imagens aéreas dos alagamentos nas ilhas de Porto Alegre - Metrópoles
1 de 1 Imagens aéreas dos alagamentos nas ilhas de Porto Alegre - Metrópoles - Foto: Cesar Lopes / PMPA / CP

Nos últimos dias, Porto Alegre (RS) tem enfrentado um aumento significativo no nível do Guaíba devido às intensas chuvas, levantando preocupações sobre a possibilidade de novas inundações na cidade. No entanto, segundo especialistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a capital gaúcha deve escapar de novas enchentes, pelo menos na região central.

“A probabilidade de o Guaíba chegar nos 3,60 metros [cota de inundação] na régua do Gasômetro é baixa. A nossa expectativa não é de algo grande, esperamos que o Guaíba fique entre os 3,15 e 3,20 metros mesmo. Não se espera que a água suba 30cm/40cm, a ponto de chegarmos naquela situação de o Cais estar inundado e a água passar por baixo de alguma comporta”, explica o hidrólogo do IPH Fernando Fan.

Embora a área central de Porto Alegre esteja, por ora, a salvo de inundações graves, a situação da Região das Ilhas é mais preocupante. “Nas ilhas existem ruas que inundam mesmo com nível da água mais baixo”, segundo o também hidrólogo do IPH Walter Collischonn. Nestes locais, níveis entre 2,90 e 3 metros já causam transbordamentos na região, afetando, principalmente, comunidades vulneráveis.

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Vista aérea da margem do rio Guaíba após o transbordamento do rio em Porto Alegre

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Os moradores de Eldorado do Sul, por exemplo, já sentem os impactos dessas elevações. Após uma subida rápida do Guaíba de mais de 20 cm entre o final de domingo (23/6) e a madrugada de segunda-feira (24/6), várias áreas ficaram alagadas, forçando muitos a deixarem suas casas.

Desde a volta das chuvas no Rio Grande do Sul, 74 municípios gaúchos reportaram à Defesa Civil estadual danos em virtude de alagamentos, inundações e deslizamentos de terra entre os dias 14 a 24 de junho.

Alertas

O Guaíba apresentou níveis máximos históricos no mês passado, com picos de 5,35 metros em 5 de maio e 5,20 metros em 14 de maio. Desde então, houve uma lenta redução, até atingir o menor nível de 2,48 metros em 14 de junho.

Contudo, o nível voltou a subir devido às chuvas recentes, atingindo a cota de alerta novamente na última sexta-feira (21/6).

Os hidrólogos alertam que, embora a situação atual esteja sob controle, a população de Porto Alegre, especialmente das áreas mais vulneráveis, deve continuar atenta às atualizações e seguir as orientações das autoridades.

A previsão meteorológica indica tempo chuvoso para os próximos dez dias, com precipitações de até 100 mm nos próximos três dias na metade nordeste do Rio Grande do Sul. Ventos moderados a fortes do sul, previstos até quinta-feira, também podem contribuir para o represamento das águas.

Fechamento de comportas

Em resposta ao aumento dos níveis do Guaíba e à previsão de chuvas contínuas, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou o fechamento de três comportas do sistema de proteção contra cheias. Essa medida preventiva, segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), visa mitigar o impacto das afluências e do vento sul, que intensificam o represamento das águas.

“[O fechamento de comportas] é um procedimento adequado, considerando que o nível da água está elevado e que o procedimento de fechamento leva um certo tempo”, explica Walter Collischonn.

Fernando Fan explica que os cenários de previsão indicam que o Guaíba deverá se manter acima da cota de alerta nos próximos dias, com possíveis oscilações devido aos ventos e às chuvas. A tendência é de uma diminuição gradual para níveis abaixo da cota de alerta apenas ao final da semana, dependendo das condições meteorológicas e hidrológicas.

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