Mesmo após nota da Anvisa, Queiroga diz que manterá decisão sobre adolescentes
Queiroga ainda sugeriu que as mães não devem aceitar exigência de vacina para crianças: “Não deixem seus filhos sem comorbidades se vacinar”
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira (16/9) que manterá a decisão de suspender a vacinação contra a Covid-19 em adolescentes sem comorbidades. A reiteração ocorre após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter divulgado uma nota na qual diz que, até o momento, “não existem evidência que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”.
Ao ser questionado, Queiroga disse: “A Anvisa é a Anvisa, o Ministério da Saúde é o Ministério da Saúde”.
O ministro ainda disse que já colocou todos os “pingos nos is” durante a coletiva desta quinta-feira, na qual reforçou que os jovens sem doenças crônicas que receberam a primeira dose não devem completar a imunização com a segunda aplicação.
Além de afirmar que houve 1,5 mil eventos adversos à vacina e atribuir a suspensão da campanha ao que chamou de “desorganização” dos estados e municípios, Queiroga citou que há casos em que vacinas como AstraZeneca, Coronavac e Janssen foram aplicadas nesse público.
Neste momento, a vacina da Pfizer é a única aprovada pela Anvisa para a faixa entre 12 e 17 anos no Brasil. A agência, por sua vez, disse que está investigando se a morte de um adolescente de 16 anos dias após a aplicação da primeira dose da vacina da Pfizer tem relação com a imunização.
“No momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina”, informa a nota oficial, publicada no site da agência.
Live
Nesta quinta-feira, o ministro disse em live com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), haver “informações da literatura mundial e também posições de sistema de saúde, como o inglês, sobre restrição da vacina em adolescentes sem comorbidades”.
Queiroga ainda pediu que as mães não devem aceitar exigência de vacina para crianças: “Não deixem seus filhos sem comorbidades se vacinar”.
Estados
Perguntado se os estados vão seguir com a vacinação dos adolescentes, Queiroga disse “que eles já não respeitavam antes”. O ministro continuou: “Depois reclamam da centralidade das ações do ministério. O ministério recomendou a vacina a partir do dia 15, tá bem claro e em bom português, mas começaram a vacinar antes e com vacinas que não são aprovadas pela Anvisa, basta olhar”.