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Merendeira morre no Rio e irmã acusa escola pela infecção por Covid

Família disse que vítima reclamava de ser obrigada a atender pais de alunos da rede municipal, além de outras pessoas, sem máscaras

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1 de 1 solange-pereiras-e-a-mae-semiramis-oliveira-1618614131355_v2_750x421 - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – A merendeira Solange Carvalho de Oliveira Pereiras, de 58 anos, morreu vítima da Covid-19 após 20 anos de trabalho em uma escola municipal do Rio. Nos últimos seis, ela atuava em outra função devido a uma hérnia na coluna. Na pandemia, trabalhou na escola na distribuição de cestas básicas, cartão alimentação e material didático, como revelou reportagem do Portal UOL.

A família aponta que ela reclamava de fazer o atendimento sem máscara de proteção contra o novo coronavírus. “Solange reclamava que estavam indo à escola sem máscara e ela tinha que receber essas pessoas. Com poucos funcionários, o portão fica aberto. Aí entravam sem máscara”, conta a irmã da servidora, Sandra Carvalho de Oliveira, de 54 anos, 23 deles atuando como professora de Língua Portuguesa na rede estadual do Rio de Janeiro.

Após a morte da irmã e da mãe, Semiramis de Carvalho Oliveira, 76, por Covid-19, Sandra diz acreditar que a irmã foi contaminada onde trabalhava — a Escola Municipal Luiz Camillo, em Jacarepaguá, na zona oeste. Depois de Solange apresentar sintomas, ao menos sete pessoas da família testaram positivo para a doença.

Solange reclamou para a diretoria da escola sobre a situação. “A direção falou que ali [a escola fica na comunidade Santa Maria] ‘era assim mesmo'”, conta Sandra.

Durante o Carnaval, no sítio de Sandra, em Guaratiba, zona oeste, Solange já sentia dores pelo corpo, mas achava que eram causadas pela coluna, segundo Sandra. Das nove pessoas que foram ao encontro, organizado pela merendeira, sete pegaram Covid e duas morreram — ela e a mãe. Sandra disse acreditar que foi a merendeira quem contaminou a família.

“Minha irmã foi a única no sítio com sintomas. É uma doença rápida. Todos tão felizes no feriado e, em duas semanas, tudo foi por água abaixo. É uma doença devastadora”, desabafou.

A Secretaria Municipal de Educação (SME) enviou nova nota na tarde desta terça-feira (20/4) isentando a pasta de responsabilidade sobre o caso. O texto informa que Solange trabalhou até 11 de fevereiro, folgou no carnaval e, no dia 17/2, se afastou por motivo de saúde. “A entrega de uniformes e cartão alimentação só começou no dia 18/2. Portanto, a funcionária Solange Carvalho de Oliveira não participou desta etapa”.

A SME informou ainda que Solange trabalhava na secretaria da escola duas vezes por semana e 4 horas por dia, em sistema de rodízio. “A direção da escola nega que pessoas sem máscara entrem na unidade”.

Já a Secretaria de Estado de Educação, afirmou que as escolas estão adequadas aos protocolos desde outubro. Foram comprados luvas e equipamentos face shield para os profissionais, além de máscaras para servidores e alunos. Também foram disponibilizados álcool em gel, tapetes sanitizantes e sinalização para distanciamento. Servidores do grupo de risco permanecem em atividades remotas, segundo o órgão.

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