Mercosul: presidentes do Uruguai e do Paraguai criticam Venezuela
Uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou e paraguaio Abdo Benítez afirmam que não há democracia na Venezuela, comandada por Nicolás Maduro
atualizado
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Os presidentes do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, criticaram a posição do governo de Nicolás Maduro na Venezuela de excluir opositores políticos nas próximas eleições presidenciais. A fala dos líderes aconteceu durante a cúpula do Mercosul nesta terça-feira (4/7), na Argentina.
“Todos aqui sabemos o que pensamos sobre o regime venezuelano, todos temos opinião clara. É preciso sermos objetivos”, afirmou Lacalle Pou. “Está claro que a Venezuela não vai virar uma democracia saudável. E quando há um indício de possibilidade de uma eleição, uma candidata como María Corina Machado, que tem um enorme potencial, é desqualificada por motivos políticos, não jurídicos”, completou o líder do Uruguai.
A Venezuela está suspensa do Mercosul desde dezembro de 2016. Na época, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai entenderam que o país não cumpre as atribuições assumidas ao entrar no bloco, em 2012, entre elas, a de ter um regme democrático.
“Alguém pode dizer: o que isso tem a ver com o Mercosul? Tem a ver porque os distintos blocos e associações do mundo alçaram sua voz a favor da democracia. […] Tem que haver um sinal claro para que o povo venezuelano possa se encaminhar a uma democracia plena, o que hoje claramente não tem”, ressaltou Lacalle Pou.
María Corina Machado é apontada como uma das principais candidatas da oposição contra Nicolás Maduro nas eleições presidenciais. No entanto, uma decisão da última semana impede que ela ocupe cargos públicos pelos próximos 15 anos.
Limite razoável
Na mesma linha de Lacalle Pou, o presidente do Paraguai, Abdo Benítez, criticou o regime da Venezuela durante o encontro do Mercosul. “O único limite razoável [para a integração dos países] deve ser o respeito à democracia e aos direitos humanos”, declarou o líder paraguaio.
Abdo Benítez destacou ainda que observa a situação na Venezuela com muita preocupação e comentou a decisão contra María Corina Machado. “Com muita preocupação estamos vendo os últimos eventos na Venezuela. Sempre busquei dar voz ao sofrido povo venezuelano e desta vez não será uma exceção. A coerência não pode ser deixada de lado no último minuto. Quando surge um caminho de saída, uma esperança, com a realização de eleições com a oposição, vimos rapidamente apagada essa ilusão com a inabilitação de María Corina Machado”, ressaltou.
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Mercosul
Chefes de Estado dos países do Mercosul se reuniram em Puerto Iguazu, na Argentina. A reunião tinha como principal objetivo a transferência da presidência da Argentina para o Brasil.
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