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Mercosul: Lula compara tentativa de golpe na Bolívia com 8/1 no Brasil

Em cúpula do Mercosul no Paraguai, presidente brasileiro falou também sobre a necessidade de paz em Gaza e na Ucrânia

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VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Lula e Kishida em cerimônia de assinatura de atos. Brasília Mercosul
1 de 1 Lula e Kishida em cerimônia de assinatura de atos. Brasília Mercosul - Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou, nesta segunda-feira (8/7), em Assunção, no Paraguai, para a 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. Em discurso, o chefe do Executivo comparou a recente tentativa de golpe na Bolívia com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 no Brasil.

“Há menos de 15 dias, um membro de nosso bloco sofreu uma tentativa de golpe. A democracia prevaleceu graças à firmeza do governo boliviano, à mobilização do seu povo e ao rechaço da comunidade internacional”, afirmou.

Segundo ele, é preciso permanecer vigilante.

“A reação unânime ao 26 de junho na Bolívia e ao 8 de janeiro no Brasil demonstram que não há atalhos à democracia em nossa região. Mas é preciso permanecer vigilantes. Falsos democratas tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários”, continuou.

O presidente brasileiro ainda citou o apoio “à África do Sul em sua ação na Corte Internacional de Justiça visa por fim à matança indiscriminada de mulheres e crianças em Gaza” e uma “solução para o conflito entre Rússia e Ucrânia que efetivamente envolva as duas partes”.

Para encerrar a fala, Lula celebrou a “vitória das forças progressistas nas recentes eleições no Reino Unido e na França”, pois “ambas são fundamentais para a defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo”.

Entrada da Bolívia no Mercosul

A cúpula marca a entrada da Bolívia no bloco. Ainda na reunião, o Paraguai deixa a presidência do grupo e passa o comando para o Uruguai.

O Mercosul é composto pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela sofreu suspensão do bloco em 2017, após descumprir regras do protocolo de adesão.

Javier Milei, presidente da Argentina, é o único líder dos países membros que não participa do encontro. Milei esteve no Brasil no último fim de semana e não esteve com Lula. No Sul do país, ele foi recebido pelo governador Jorginho Mello (PL) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Após cumprir agendas no Paraguai, Lula viajará para a Bolívia na terça-feira (9/7), para uma reunião com o presidente Luis Arce, pouco tempo depois da nação sofrer uma tentativa de golpe de Estado.

Veja o discurso de Lula na cúpula:

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