Mercado das Indústrias Criativas deve mexer com US$ 20 milhões em 2024
Em rodadas de negócios em Belém, agentes da cultura de 15 setores apresentavam seus materiais a potenciais compradores da economia criativa
atualizado
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Belém – A terceira edição do Mercado das Indústrias Criativas (MICBR) deve movimentar US$ 20 milhões em negócios no Brasil pelos próximos 12 meses. A previsão é do Ministério da Cultura, que organizou o encontro de trabalhadores do setor em Belém (PA), entre quarta-feira (8/11) e domingo (12).
Em rodadas de negócios, agentes da cultura de 15 setores apresentaram materiais a potenciais compradores da economia criativa, que se refere a atividades que usam a criatividade, como teatro, literatura, moda e audiovisual entre outros.
Veja imagens do MICBR:
“O principal do evento é a conexão que se forma”, destacou o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes. “É muito difícil fechar um acordo em poucos minutos, mas é uma apresentação, é um portfólio que se mostra, um contato para que seja fechado. É tão importante o negócio como a rede que vai criar”, reforçou.
O evento contou com a participação de 400 empreendedores de 17 nacionalidades para negociar as ofertas. Desses, 260 foram selecionados pelo Ministério da Cultura por meio de edital de 102 cidades de todo o país.
Além dos brasileiros, participaram compradores dos seguintes países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Chile, Congo, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Moçambique, Noruega, Polônia, Portugal e Uruguai.
Ao todo, são empresas, criadores e empreendedores de 15 setores: áreas técnicas, artesanato, artes visuais, audiovisual e animação, circo, dança, design, editorial, gastronomia, hip hop, jogos eletrônicos, música, moda, museus e patrimônio e teatro.
Agentes da economia criativa
Um dos participantes foi o diretor artístico João Vicente Lage, da companhia Lamira Artes Cênicas, de Palmas (TO). O espetáculo que apresentou tem a combinação da dança, da música e do teatro para contar as histórias em cena. “Aqui a gente vende a possibilidade de que compradores queiram te ver depois.”
Com as reuniões, Lage iniciou negociações com potenciais investidores. A uruguaia e editora cultural de Artes Cênicas Andrea Silva demonstrou interesse no projeto. “Agora, ele vai mandar o material e vamos analisar em equipe para levar esses projetos ao Uruguai.”
Outro participante foi o artista de teatro de bonecos Antônio Santana. Mais conhecido como Mestre Calú, ele é, desde 2022, patrimônio vivo de Pernambuco — pela representação do mamulengo, que faz parte do folclore e da cultura nordestinos.
Mestre Calú se apresentou no evento no Pará e aproveitou para fazer negociações. Possíveis compradores da França, do Chile e do Uruguai mostraram interesse. Ele também negociou apresentações no Rio Grande do Sul, em São Paulo e em outras localidades do país.
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De acordo com o Ministério da Cultura, o objetivo foi fomentar e impulsionar o crescimento dos setores criativos, facilitar a circulação de bens e serviços culturais, estimular a internacionalização da produção cultural nacional e promover a profissionalização dos agentes culturais brasileiros.
Além das rodadas de negócio, o MICBR também contou com palestras, painéis de debate e shows com artistas locais e com o grupo Nação Zumbi. Artesãos do Pará tiveram um espaço em uma feira na entrada para vender produtos da região.
Essa foi a primeira vez que a Amazônia sediou o evento, realizado pelo Ministério da Cultura e pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), com patrocínio master da Vale e do Instituto Cultural Vale. Nesta edição do MICBR, a Argentina foi o país convidado de honra.
*A repórter viajou a convite do Ministério da Cultura.