“Mentira”, diz Doria após Ministério da Saúde acusar SP de ter doses a mais de vacina
O governador disse que “está sendo penalizado pelo Ministério da Saúde pelo sucesso da sua campanha de imunização”
atualizado
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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu as alegações de secretários do Ministério da Saúde, que disseram que o estado pegou mais doses de vacina do que tinha direito.
Em nota, a assessoria de Doria disse que “é mentirosa a afirmação da secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, que o Estado de São Paulo ficou com mais doses da vacina do Butantan”.
O governador reiterou que “está sendo penalizado pelo Ministério da Saúde pelo sucesso da sua campanha de vacinação, que enviou somente 50% das doses previstas para vacinar a sua população de maneira deliberada” e que o governo federal está “quebrando o pacto federativo”.
Na tarde desta quarta-feira (4/8), Doria disse que São Paulo recebeu 50% a menos das doses da Pfizer que deveria receber do Ministério da Saúde, dentro do Programa Nacional de Imunização (PNI). O governo paulista enviou um ofício ao ministro Marcelo Queiroga cobrando o restante das doses.
O Ministério da Saúde então convocou coletiva, na qual disse que não há um percentual fixo de distribuição de doses para cada estado, conforme Doria havia dito.
“Com relação ao caso de São Paulo, não há prejuízo ao estado, já avançamos no grupo prioritário agora avançamos por idade e há uma vontade de ter uma imunização equânime”, disse Rodrigo Cruz, secretário-executivo da pasta. “Não há um percentual fixo de distribuição de doses por estados, esse percentual evolui na medida que a gente evolui no PNI.”
Além disso, o Ministério da Saúde também afirmou que São Paulo pegou doses da Coronavac que deveriam ter sido remetidas a outros estados por meio do PNI. “No dia 30/7, o governo de São Paulo retirou 678 mil doses e só tinha direto a 620 mil. Já no dia 3/8, o estado deveria retirar 178,6 mil doses da Coronavac e acabou pegando 271 mil”, comunicou a pasta, que disse que as doses serão “compensadas”.
O governo de São Paulo se preocupa com a redução das doses da Pfizer principalmente por causa da vacinação de adolescentes, já que o imunizante é o único com autorização para ser aplicado em menores de idade. O governo paulista quer vacinar jovens de 13 a 17 anos a partir de 18 de agosto.
Leia a íntegra da nota de Doria a respeito das afirmações do Ministério da Saúde:
“É mentirosa a afirmação da Secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, que o Estado de SP ficou com mais doses da vacina do Butantan conforme afirmado em entrevista coletiva do Ministério da Saúde hoje.
O Governo do Estado de São Paulo reitera que está sendo penalizado pelo Ministério da Saúde pelo sucesso da sua campanha de vacinação, que enviou somente 50% das doses previstas para vacinar a sua população de maneira deliberada. O Estado de São Paulo recebeu ontem 228 mil doses a menos do previsto da vacina da Pfizer, quando considerado o critério de distribuição equitativa realizada em todas as pautas de distribuição anteriormente enviadas.
Com esta decisão arbitrária o Ministério da Saúde quebra o pacto federativo e coloca em risco a vida de milhares de cidadãos brasileiros que vivem em São Paulo. O Governo do Estado de SP vai tomar todas as medidas cabíveis para que o direito dos seus cidadãos seja respeitado e a vida deles preservada”.