1 de 1 meninos desaparecidos Belford Roxo
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Rio de Janeiro – Às vésperas de completar um ano do desaparecimento dos três meninos deBelford Roxo, a polícia revelou que os meninos foram condenados pelo tribunal do tráfico por terem furtado passarinhos no Complexo do Castelar, na cidade da Baixada Fluminense. Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre da Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, foram torturados e mortos pelos traficantes.
“Eles foram torturados. Pode-se chamar de tortura. Em algum momento, um deles faleceu e eles acham que a solução daquele caso seria matar os outros dois e chamar alguém para levar os corpos para fora da comunidade”, afirmou o titular daDelegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Uriel Alcântara.
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1 de 17Divulgação/Polícia Civil
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Alexandre da Silva,10; Lucas Matheus da Silva, 8; e Fernando Henrique Ribeiro, 11, desapareceram em 27/12/2020, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ)
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Os três garotos saíram de casa de manhã para brincar no campo de futebol ao lado do condomínio onde moravam e não retornaram na hora do almoço
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O dono de um bar situado no bairro Areia Branca, em Belford Roxo, disse que viu as crianças um dia após saírem de casa. Imagens de uma câmera confirmaram o relato
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A polícia começou a investigar o envolvimento de traficantes do Complexo do Castelar no desaparecimento das crianças
Marcos Paulo Ribeiro Lopes, Comunicação Social da Prefeitura de Belford Roxo
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Ao revisar imagens registradas por câmeras de segurança instaladas em imóvel no bairro vizinho, os promotores identificaram os três andando pela rua na data em que sumiram
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Na época, a polícia trabalhava com a hipótese de que o sumiço dos meninos estaria ligado ao roubo de pássaros do tio de um gerente de tráfico do Castelar, o Stala
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8 de 17Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Segundo as investigações, os meninos teriam sido capturados pelos traficantes quando retornavam para casa. Foram espancados e torturados. Um deles teria morrido durante a sessão de tortura. Os outros dois foram mortos em seguida
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Um homem testemunhou contra o irmão e afirmou que o parente jogou os corpos das crianças, em sacos plásticos, no rio que faz limite entre os municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias. O local é conhecido como desova de cadáveres
Aline Massuca/Metrópoles
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A polícia chegou a encontrar restos mortais no local. Porém, as ossadas não eram das vítimas
Aline Massuca/Metrópoles
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As crianças teriam sido espancadas e mortas a mando de José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, traficante da região
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Às vésperas de completar um ano do desaparecimento, 51 pessoas se tornaram alvo de ação da polícia. Desses, 33 suspeitos foram presos pelo caso. Dos investigados, 5 são acusados do triplo homicídio, com ocultação de cadáver
Reprodução de vídeo
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Tia Paula teria participado da operação para sumir com os corpos dos meninos. Ela era envolvida com o Stala. Os dois foram mortos por outros traficantes do Castelar, contrários à execução dos meninos
Divulgação
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As investigações apontam que a autorização para matar os meninos foi dada por Doca, integrante do Comando Vermelho, sem saber que eram crianças. Os traficantes passaram a negar a morte delas dentro da própria facção
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Assim, de acordo com a polícia, instaurou-se um tribunal do tráfico no Castelar, dentro da facção. Stala, Piranha e Tia Paula teriam sido mortos por causa da execução dos três meninos
Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil
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Uma conversa entre dois traficantes, interceptada pela polícia, é uma das provas no inquérito sobre o desaparecimento dos meninos
Reprodução de vídeo
Segundo Uriel, a sessão de tortura teve tanta violência que um dos meninos não resistiu e morreu durante o espancamento. Os outros dois acabaram executados a tiros pelo fato de o primeiro ter morrido.
Nesta quinta-feira (9/12), os agentes da delegacia especializada cumpriram pelo menos 33 mandados de prisão dos 56 expedidos pela justiça e que tem como alvos pessoas envolvidas no crime. A ação visa encerrar o inquérito da morte dos garotos.
A polícia indiciou cinco pessoas por participação nas mortes das crianças: Edgar Alves de Andrade, o Doca, uma das lideranças do Comando Vermelho, foragido; Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula, gerente de logística do Castelar, morta; Willer Castro da Silva, o Stala, gerente do tráfico do Castelar, morto; José Carlos Prazeres da Silva, o Piranha, chefe do tráfico do Castelar, morto.
Uma quinta pessoa está presa. Um sexto responde em liberdade apenas por ocultação de cadáver. Conforme o delegado, a facção é a mesma que torturou e matou um jornalista.
“Essa facção é a mesma que já torturou e matou jornalista, matou uma jovem menina e cortou ela porque não queria namorar um traficante, que matou um menino na Nova Holanda, que incentiva roubos de automóveis e cargas no Rio de Janeiro”, afirmou Ronaldo Oliveira, subsecretário de planejamento operacional da Polícia Civil.