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Menino é hostilizado após sugerir trabalho com tema LGBT na escola

Irmã do menino registrou boletim de ocorrência. Diretora e professora-mediadora da Escola Estadual Aníbal de Freitas foram afastadas

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Reprodução/ Redes sociais
Menino hostilizado em grupo de WhatsApp por sugerir trabalho com temática LGBT
1 de 1 Menino hostilizado em grupo de WhatsApp por sugerir trabalho com temática LGBT - Foto: Reprodução/ Redes sociais

Uma criança de 11 anos foi hostilizada em um grupo de WhatsApp da escola onde estuda, em Campinas (SP), após sugerir que os colegas fizessem um trabalho com a temática LGBT, para comemorar o mês do Orgulho LGBT, que acontece em junho.

O caso aconteceu na última sexta-feira (11/6), e tomou as redes sociais no dia seguinte após a irmã do menino publicar prints da conversa. “Oi gente, então, que tal a gente faz um trabalho sobre o mês do LGBT”, comentou a criança.

Logo em seguida, pais de alunos e funcionários da Escola Estadual Aníbal de Freitas reagiram negativamente ao comentário, e pediram que a mensagem fosse deletada.

“Sou mãe de aluno e essa mensagem acima é uma absurdo”, disse uma pessoa. “Tira essa pessoa do grupo, cada coisa que temos que ver”, pediu outra. Um outro adulto disse que a atitude foi “inapropriada” e pediu que a criança fosse orientada.

Criança hostilizada em grupo de WhatsApp

Em publicação no Facebook, a irmã do menino, Danielle Cristina, contou que soube do ocorrido quando flagrou a criança chorando no quarto.

“Eu nunca imaginei que um dia eu iria passar por isso na minha vida. O meu irmão de apenas 11 anos fez uma sugestão no grupo da escola de fazer um trabalho falando sobre o LGBT. Ele foi massacrado com tanto preconceito, como se ele tivesse cometendo um crime”, escreveu Danielle.

E continuou: “Uma senhora, que se diz coordenadora da escola, chamada Marines, ligou para ele por volta das 20h30 da noite acabando com ele, falando para ele retirar o comentário que, no caso, foi uma ‘sugestão de estudo’ se não iria remover ele do grupo da escola. Falou para ele que era inapropriado/inadmissível, que era um absurdo ele ter colocado aqui no grupo, que ele precisava de tratamento”.

“Absurdo”

De acordo com a irmã do menino, a coordenadora da escola questionou se ela não achava “um absurdo” que a criança quisesse saber mais sobre a temática LGBT.

“Ela falou para mim o seguinte: ”Você não acha um absurdo ele querer saber sobre o LGBT?’. Eu falei que não, pois aqui na minha casa nós não temos preconceito e já ensino o meu irmão a não ter também! Perguntei para ela que se ele tivesse mandado uma sugestão de trabalho com o assunto plantações, se ela tinha ligado para ele e falado tanta coisa ruins do jeito que ela estava falando. Vocês acreditam que ela falou que ‘não’!”, relatou.

Danielle afirmou ter registrado um boletim de ocorrência e procurado atendimento psicológico para o irmão:

“Fiz um B.O. on-line estou esperando eles me ligaram. Mas queria avisar vocês: cuidado. Fiquem sempre de olho, pois aquele que deveria cuidar proteger uma criança foi a primeira a bater (falo isso referente ao grupo de escola). O meu irmão pediu para falar com uma psicóloga. Hoje, eu não tenho dinheiro para pagar uma para ele, mas segunda-feira vou fazer de tudo para conseguir uma pelo o SUS”.

O que diz a Secretaria de Educação

A Secretaria Estadual de Educação afirmou que repudia qualquer tipo de preconceito, dentro ou fora do ambiente escolar. Um supervisor de ensino seria enviado ã à escola para apurar o caso e todas as medidas administrativas cabíveis serão tomadas.

Equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) também será enviada para apoiar o estudante, sua família e a comunidade escolar.

“Como uma ação, a EE Aníbal de Freitas trabalha temas transversais, em parceria com a PUC Campinas, realizando diversas palestras relacionadas à temática LGBTQIA+, direcionadas à comunidade escolar. A administração regional e a direção da unidade estão à disposição dos pais ou responsáveis para quaisquer esclarecimentos”, finalizou a nota.

Diretora afastada

A Secretaria da Educação de São Paulo (Seduc-SP) anunciou, nessa quarta-feira (16/6), o afastamento da diretora e da professora-mediadora da Escola Estadual Aníbal de Freitas, de Campinas (SP).

Segundo a pasta informou ao portal G1, a portaria com o afastamento das servidoras será publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira (17/6).

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