“Menino do Acre” explica sumiço: “Precisava me reencontrar, renascer”
Jovem nega que desaparecimento tenha sido jogada de marketing e não detalha onde passou os últimos meses
atualizado
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Em casa após passar mais de quatro meses desaparecido, o estudante de psicologia Bruno Borges, 25 anos, conhecido como “menino do Acre” comentou pela primeira vez o sumiço que intrigou o Brasil: “Precisava me reencontrar, renascer. Tudo o que eu fiz foi com o objetivo principal de incentivar as pessoas a adquirirem conhecimento”, afirmou em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Bruno voltou para a casa da família em Rio Branco (AC) na manhã de sexta-feira (11/8). O rapaz havia saído de casa no dia 27 de março, sem dar explicações para os parentes. Desde então, os pais do jovem realizaram diversos esforços para encontrar o filho.
No entanto, admitiu se arrepender de não ter avisado os familiares sobre a “missão”: “De me isolar, não me arrependi. Mas não ter avisado é umas das coisas que mais me arrependi em toda a minha vida. Foi um grande erro que eu cometi em não ter avisado àquelas pessoas que têm um carinho muito especial por mim”.
Antes de desaparecer, Bruno deixou 14 livros escritos à mão e criptografados no quarto que ocupa na casa dos pais. Parte do texto estava escrito em paredes e no teto. A primeira das obras, chamada TAC — Teoria da Absorção do Conhecimento, foi publicada no mês passado e apareceu na lista dos livros mais vendidos do país.
O rapaz diz ainda que achou que os materiais deixados no quarto seriam suficientes para tranquilizar os familiares: “Acreditei que todo mundo ia saber que eu tinha me isolado pra buscar a verdade da vida no momento que olhasse o meu quarto do jeito que eu deixei”.
Estratégia de Marketing
Para a polícia do Acre, o desaparecimento de Bruno foi uma jogada de marketing para promover os livros do rapaz. “Bruno se ausenta, o livro é lançado. Então, eu acho que fica evidente que havia um plano de divulgação”, alegou o delegado Alcino Júnior, responsável pelo caso, também ao Fantástico.
Durante as investigações, os policiais descobriram que, antes de sumir, Bruno Borges assinou um contrato de publicação para os livros. O acordo previa a divisão de lucros também entre dois amigos e um primo do “menino do Acre”.
O jovem, no entanto, nega a versão: “Eu até entendo que as pessoas levem a pensar essas coisas por causa de todo esse acontecimento. Só que, ironicamente, o fato de eu ter feito contrato com eles é justamente porque não me importo com dinheiro, porque o trabalho deles nesse projeto foi muito importante pra realizar meu sonho”.