Menino de 11 anos acorrentado em barril comia cascas de fruta e fubá cru
Criança foi resgatada por vizinhos e pela polícia em condições insalubres, na tarde de 30 de janeiro
atualizado
Compartilhar notícia
Uma semana após ser encontrado acorrentado em barril no Jardim Itatiaia, na região de Campinas (SP), o menino de 11 anos resgatado por vizinhos e pela polícia tenta retomar a vida. Atualmente, ele está internado em um hospital para tratar do quadro de desnutrição. O pai, a madrasta e uma irmã da criança estão presos por tortura e omissão.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, o jardineiro Ivanei da Silva conta do dia em que ouviu o garoto pedir por ajuda da janela do imóvel (foto em destaque). Ivanei é vizinho da casa onde a família da vítima morava. “Ouvi ele dizendo: ‘Quero água, quero comida, estou com muita fome'”.
Silva conta que, diante do pedido de socorro da criança, decidiu entrar na residência da família, que estava vazia. Naquele momento, ele notou o garoto acorrentado. “Ele disse que estava lá porque era um castigo”, conta.
Segundo moradores da região, o garoto estava dentro do barril havia cerca de 30 dias. Enquanto estava preso, alimentava-se apenas de cascas de frutas e fubá cru. Os vizinhos contam que a criança era constantemente agredida desde os 3 anos.
Após ser resgatado pela polícia, o menino precisou ser internado em um hospital. Ele pesava 27 quilos no momento em que foi salvo e apresentava quadro grave de desnutrição. Enquanto se recupera, o garoto já ganhou doações de brinquedos e peças de roupa. Até doações de bolsas de estudo nos Estados Unidos e no Canadá ele recebeu.
Sobre o resgate, Ivanei afirmou sentir “alívio”. “Sei que ele vai passar a ter uma vida descente, que toda criança merece”, completou ao Fantástico.
O caso
A descoberta de uma criança de 11 anos, nua e acorrentada dentro de um barril em Jardim Itatiaia, na região de Campinas, interior de São Paulo, chocou a população local. Os autores do ato cruel, um casal e uma jovem de 22 anos, foram presos na tarde de 30 de janeiro.
Segundo a Polícia Militar, foi constatado que o menino era mantido nu, acorrentado pelas mãos e pés em um tambor de ferro exposto ao sol. O local era coberto por uma telha do tipo brasilit e com uma pia de mármore por cima, para impedir a saída do garoto.