“Menine”, aborto, drogas: último debate do Rio é marcado por acusações
Candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro fizeram o último debate nesta quinta-feira (3/10) antes do primeiro turno das eleições
atualizado
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O último debate entre candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (3/10), foi marcado por temas polêmicos e troca de acusações. O principal alvo foi o atual prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD).
Já no primeiro bloco do debate promovido pela TV Globo, os candidatos do União Brasil, Rodrigo Amorim, e do PL, Alexandre Ramagem, criticaram aliados políticos de Paes, como o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Você fala do Lula escondendo o Lula atrás do armário. Lula não está saindo com prefeito nenhum porque é um presidente sem povo. É um presidente que nem faz live. Lula é a favor do aborto, a favor das drogas, a favor do Hamas, do Hezbollah”, acusou Ramagem.
O candidato do PL também citou a Operação Lava Jato e disse que, se a ação ainda existisse, Paes estaria preso. “Se a Lava Jato fosse hoje, o senhor estaria preso, possivelmente por mim”, disse Ramagem, que é delegado de carreira da Polícia Federal.
O tema segurança pública também foi bastante recorrente durante o embate. Paes questionou o Ramagem sobre a relação com o governador, Cláudio Castro, e lembrou que os dois estavam no festival Rock in Rio no dia em que foram divulgados dados alarmantes sobre segurança na cidade.
“O senhor não se envergonha de fazer esse estelionato, contar essa história, quando vocês já mandam na segurança pública do estado há seis anos?”, questionou o atual prefeito.
Ramagem, por sua vez, negou que seja apadrinhado por Castro e chegou a criticar a gestão do colega do partido na área. “Eu não tenho padrinho Cláudio Castro. Minha liderança se chama Jair Messias Bolsonaro”, retrucou o deputado. “A gestão de Cláudio Castro é uma gestão medíocre, tem muito a se fazer, mas a sua é muito pior”, emendou.
Os candidatos ainda discorreram sobre a questão dos vendedores ambulantes, turismo, propostas para o transporte e o combate à milícia.
Educação
As propostas para a educação também foram abordadas. Ramagem e Amorim defenderam a implementação de escolas cívico-militares na cidade. Marcelo Queiroz (PP) questionou Paes sobre os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no município.
O candidato do PSol, Tarcísio Motta, citou o governo “negacionista” de Bolsonaro para criticar o partido de Ramagem na área da educação.
Ao criticar a gestão de Paes, Amorim citou o episódio do “cavalo tarado”. O caso aconteceu em 2023. Na ocasião, alunos foram filmados dançando durante uma apresentação do funk “Cavalo Tarado”, cuja letra tem alto teor sexual.
“Um espetáculo de sexualidade para as crianças da mais tenra idade, num total desrespeito com as famílias. O atual prefeito levou lascívia, sexualidade para dentro da sala de aula, num espetáculo em que um cavalo dançava de forma sensual para as crianças”, acusou Amorim.
Paes rebateu, lembrando que a direção da escola foi afastada após o episódio. “Demiti a diretora, punimos aqueles que permitiram esse absurdo. No meu governo isso não acontece”, defendeu.
Amorim ainda afirmou que Paes escolheu um “menine” como seu vice. A declaração homofóbica se referia ao colega de Câmara Municipal Eduardo Cavaliere (PSD), que compõe a chapa de Paes.
Rodrigo Amorim participou do debate no mesmo dia em que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) indeferiu o registro de candidatura dele. Amorim havia sido condenado pelo próprio TRE à pena de um 1 e 4 meses de reclusão por violência política de gênero contra a vereadora de Benny Briolly (PSol), de Niterói.