Menina perde mãe para Covid, vai morar com avós e sofre suposto abuso
Criança de 9 anos teria sofrido abusos cometidos pelo avô, desde a metade do ano passado. O idoso de 71 anos foi preso em Piracanjuba (GO)
atualizado
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Goiânia – Após a morte da mãe por Covid-19, no ano passado, uma criança de apenas 9 anos foi morar com os avós maternos em Piracanjuba (GO), cidade que fica a 85 Km de Goiânia, e desde então teria começado a sofrer abusos sexuais supostamente cometidos pelo avô de 71 anos. O idoso foi preso na manhã desta quarta-feira (31/3).
A polícia descobriu o caso após receber denúncia anônima por telefone. Além da neta, o avô teria praticado abusos contra uma amiga dela, de apenas 10 anos. Ambas relataram os crimes sofridos ao delegado Leylton Barros.
Segundo ele, as crianças, a princípio, ficaram receosas em contar como tudo teria acontecido, por medo de sofrerem represálias, mas, quando souberam da prisão do aposentado, elas ficaram mais à vontade. A neta era filha única e foi morar com os avós na metade do ano passado.
“No momento em que ela mais deveria receber apoio dessa nova família, ela recebeu violência. A mãe era uma pessoa trabalhadora. Ela adoeceu por Covid e veio a óbito”, diz o delegado.
O idoso negou as acusações, mas foi preso preventivamente. A investigação apurou que os crimes eram cometidos desde a mudança da criança para a casa dele e que algumas situações teriam ocorrido nos primeiros meses deste ano.
“Acreditamos que houve tentativa de conjunção carnal, mas não foi consumada. Atos libidinosos ocorriam a todo momento”, aponta Leylton. O relato da amiga ajudou a detalhar essas situações. Os abusos teriam acontecido na casa do idoso, que se aproveitava dos momentos em que as crianças brincavam juntas.
Negativas da avó
No local, moravam os avós e a neta, somente. A avó também foi ouvida e negou as acusações contra o companheiro. O delegado diz, no entanto, que a investigação ainda não descarta que ela não sabia, de fato, ou que ela sabia e não fez nada para evitar os abusos.
O suspeito foi preso preventivamente e, se condenado pela prática de estupro de vulnerável, poderá pegar até 15 anos de prisão por cada abuso cometido. “Ele se aproveitou da situação de vulnerabilidade da criança para praticar os abusos”, afirma o delegado.
Como os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela Polícia Civil de Goiás, o Metrópoles não conseguiu identificar se ele já tem advogado de defesa.