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Menina é levada a hospital sem unhas e tem remoção de 40% do intestino

Criança foi retirada da mãe e do padrasto, que, segundo o Conselho Tutelar de Goiânia, negaram agressões. Caso é investigado pela polícia

atualizado

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Divulgação: Conselho Tutelar de Goiânia
menina Goiás maus-tratos
1 de 1 menina Goiás maus-tratos - Foto: Divulgação: Conselho Tutelar de Goiânia

Goiânia – A Polícia Civil de Goiás investiga maus-tratos contra uma menina de 3 anos que foi levada, às pressas, com ferimentos no corpo e sem duas unhas das mãos, para um hospital em Goiânia, onde teve de se submeter a cirurgia de urgência para retirada de 40% do intestino. Segundo o Conselho Tutelar, a mãe e o padrasto disseram que os hematomas foram provocados após a criança cair de bicicleta.

A menina recebeu alta do Hospital Materno Infantil, no último domingo (16/5), depois de ficar seis dias internada na unidade de saúde. Os sinais de maus-tratos fizeram os médicos acionarem o Conselho Tutelar, para a proteção da garota. A mãe dela é dona de casa e está gestante, e o padrasto, marceneiro.

“No hospital, os médicos fizeram exames e identificaram sinais de vermelhidão no intestino. Em seguida, decidiram que deveriam fazer procedimento cirúrgico”, conta o conselheiro tutelar Carlin Júnior, em entrevista ao Metrópoles.

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Menina fica em unha das mãos após maus-tratos em Goiânia
Polícia Civil de Goiás
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Pé de menina vítima de maus-tratos e Goiânia

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Reprodução
Coágulo no intestino

Somente depois de fazer a abertura da região do intestino da criança, os médicos identificaram um coágulo que tomou quase a metade do órgão dela, segundo informações repassadas pelo conselheiro tutelar.

“Foi retirada a parte equivalente a 40% do intestino que estava comprometida”, diz Carlin Júnior. “A criança estava sem unhas e com bastante marca de varadas no rosto, no pescoço e nas pernas”, acrescenta ele.

De acordo com o conselheiro tutelar, a mãe e o padrasto negaram ter praticado agressões contra a criança. “Os dois negaram, mas a criança foi agredida por alguém, e a Polícia Civil está investigando para saber quem foi”, afirma.

Proteção

Como medida protetiva, a menina foi retirada da casa da mãe e está sob os cuidados da avó materna. “A criança estava bastante assustada”, relata Carlin Júnior.

A mãe começou a chorar muito, segundo o conselheiro tutelar, após o caso ser encaminhado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que investiga o caso.

“Mas vi esse comportamento mais como preocupação do que poderia acontecer na polícia, e não pela situação da criança em si”, diz o representante do Conselho Tutelar.

Durante a pandemia, os casos de maus-tratos contra crianças têm sido bastante frequentes, de acordo com o conselheiro. “Infelizmente, muitas denúncias não chegam até nós e, quando chegam, a situação das vítimas já está em situação como a dessa criança”, acentua.

Alerta

O Conselho Tutelar pede que pessoas próximas das vítimas e a própria comunidade denunciem casos de violência. “A maioria das denúncias era recebida por meio das escolas, mas agora a situação está pior porque as crianças estão sem aula presencial. Em grande parte dos casos, o agressor está dentro de casa”, alerta Carlin Júnior.

A Polícia Civil de Goiás informa, em nota, que o caso está sendo investigado. Segundo a DPCA, o inquérito deve ser concluído nos próximos dias.

O Metrópoles não localizou contato da mãe e do padrasto ou da defesa deles para se manifestarem. Os nomes não foram divulgados para preservar a menina, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Outro caso

A Polícia Civil também investiga o caso de uma bebê de 6 meses internada com mais de 30 hematomas no corpo, no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), na região noroeste de Goiânia. O estado de saúde dela é estável. A criança, segundo o último boletim médico, voltou a respirar, espontaneamente, sem ajuda de aparelhos.

A bebê foi levada, pelos pais, para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Anápolis, a 55 quilômetros da capital, na noite de segunda-feira (10/5), depois de começar a perder sinais vitais no colo de seu pai, um profissional de almoxarifado, de 27 anos, na casa da família, na mesma cidade. Uma médica suspeitou de maus-tratos e denunciou o caso à Polícia Civil.

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