Menina de 6 anos morta pelo pai era amarrada e chicoteada em casa
A criança chegou ao hospital com marcas de correntes, feridas pelo corpo, sinal de abuso sexual no ânus e a orelha cortada
atualizado
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A menina de 6 anos que morreu espancada pelo pai, nesta sexta-feira (02/08/2019), foi chicoteada, amarrada e torturada em casa, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a perícia, Mel Rhayane Ribeiro de Jesus foi encontrada sem um pedaço da orelha, com úlceras no tornozelo e nas mãos, o que comprovaria a frequência das amarrações e dos chicoteamentos. Em nota, a Polícia Civil informou que os ataques à vítima “ocorriam há tempos”.
O pai, Rodrigo Jesus da França, confessou que deixava a criança amarrada alegadamente para a menina não ter acesso aos outros filhos do casal. As agressões seriam para corrigir o suposto comportamento sexual de Mel, que, de acordo com o pai, já havia sido estuprada pelo padrasto. O laudo do Instituto Médico Legal, contudo, não confirma a acusação.
Em depoimento, ele contou que a criança havia recebido um “corretivo” e estava de castigo quando parou de respirar. Em outra versão, disse que a menina morreu por ter batido a cabeça.
A criança deu entrada no Hospital Naval Marcílio Dias já sem vida. Ela foi levada ao local pelo próprio pai e a madrasta. O homem pediu para ser preso em seguida, com medo de ser linchado por cerca de 15 pessoas que o aguardavam do lado de fora da unidade de saúde.
Segundo servidores do hospital, Mel apresentava várias marcas de correntes, feridas pelo corpo, sinal de abuso sexual no ânus e estava com orelha cortada. A menina também parecia desnutrida e tinha hematomas pelo corpo.
O pai vivia com a criança há seis meses. A mãe teria perdido a guarda após denúncias de que a garota sofria abusos sexuais por parte do padrasto. Ela nega as acusações. O pai da vítima e a madrasta foram presos.
De acordo com informações da unidade policial, foi instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Mel. “Diligências estão sendo realizadas em busca de informações que possam ajudar a esclarecer o fato e parentes estão sendo ouvidos na especializada. As investigações estão em andamento”, destacou a Polícia Civil, em nota.