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Menina conta ter sido abusada por sete dias em rituais de magia negra

O líder da seita, Nilson Alves de Souza, foi preso preventivamente na última sexta-feira (4/1), em Caiapônia (GO), com a avó da adolescente

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1 de 1 seita-Caiaponia - Foto: PCGO/DIVULGAÇÃO

Uma adolescente de 13 anos de idade afirmou à Polícia Civil de Goiás, nesse domingo (6/1), ter sido abusada em rituais de magia negra, em Caiapônia (GO). Segundo os investigadores, ela revelou que o líder da seita, Nilson Alves de Souza, de 43 anos, a violentou por sete dias seguidos na frente de uma menina mais nova. O homem foi preso preventivamente na última sexta-feira (4) junto com a avó da garota, suspeita de ter oferecido três netas como sacrifício.

Outra criança, de 3 anos, também teria sido violentada por Nilson. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Marlon Luz, a garota é irmã de duas vítimas, de uma família diferente da primeira adolescente, e estaria na casa da avó paterna quando viu na televisão uma reportagem sobre a prisão. Ela teria ficado apavorada ao ouvir a voz do investigado.

Com a reação, a avó questionou a neta, que relatou as violências sexuais. Segundo o delegado, a menina vai ser encaminhada ao Conselho Tutelar a Goiânia para receber tratamento psicológico. A ação da Polícia Civil foi batizada de Operação Anjo da Guarda 2.

De acordo com as investigações, Nilson era líder da seita e recebia diversas pessoas que se submetiam a rituais na tentativa de resolver conflitos familiares, financeiros, amorosos e, até mesmo, de ordem política. O homem também prometia a cura de doenças.

Umas das seguidoras, N.C.J.S., 49, teria ofertado três netas a Nilson – duas crianças de 7 e 10 anos e a adolescente de 13 – para serem abusadas sexualmente como sacrifício à entidade que incorporaria no líder no momento dos rituais. Ela teria recebido a promessa de enriquecimento. A denúncia foi feita pela mãe das crianças, que também desconfiou do comportamento das filhas e da insistência da avó ao querer ficar com as meninas.

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Líder da seita diz que incorporava uma entidade
Material apreendido
Avó das vítimas também foi presa
Investigações continuam
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Os estupros ocorriam dentro de um barraco em Goiás

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Líder da seita diz que incorporava uma entidade

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Avó das vítimas também foi presa

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Investigações continuam

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Entidade
À polícia, os acusados confessaram os crimes e deram detalhes dos abusos. O líder, no entanto, alegou que quem cometia os estupros era uma entidade que ele incorporava. O homem chegou a agradecer os policiais pela prisão pois, segundo ele, a entidade poderia ter feito algo pior.

A avó das crianças é casada, mas há indícios de que ela e Nilson tenham uma relação amorosa. Durante a operação, os agentes também apreenderam provas dos crimes, como material pornográfico, diários e anotações relatando os detalhes dos estupros, além de símbolos religiosos, celulares e roupas usadas nos rituais.

A Polícia Civil afirmou que vai analisar o material e investigar se há mais vítimas, e se os frequentadores da seita também participavam do crime.

Vídeo
O companheiro da avó também é seguidor da seita e aparece em uma gravação divulgada após as prisões. No vídeo, ele confessa o crime. No entanto, a polícia acredita que o material tenha sido produzido dias antes da operação a mando de Nilson. O delegado do caso, Marlon Luz, aponta que a intenção era confundir a opinião pública.

Segundo o delegado, além das provas colhidas apontarem a autoria para os presos, o teor da confissão em vídeo demonstra a total incongruência com as declarações das vítimas, que inclusive estavam sendo ameaçadas e coagidas a não revelarem os autores.

Ainda de acordo com o policial, é possível perceber que o marido da mulher foi orientado na gravação quanto ao que deveria falar, além de demonstrar total insegurança e incômodo com a suposta confissão. Em depoimento formal à Polícia Civil, o homem confessou que foi convencido por Nilson a gravar o vídeo.

Durante 2019, o Metrópoles se dedicará a escrever todas as trajetórias de vida das mulheres que vão sangrar enlaçadas em relacionamentos nocivos. O olhar feminino e sensível das profissionais envolvidas no projeto irão humanizar as estatísticas frias, incapazes de criar empatia. Só ela pode interromper a indiferença diante das agressões à mulher. Um contador em destaque na capa do portal marca diariamente esses casos a fim de lembrar que há um longo caminho para acabar com esse ciclo de violência.

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