Menina com câncer realiza o último desejo: ver o filme do Homem-Aranha
Sophia, de 12 anos, lida com um câncer em estágio terminal e queria assistir ao novo filme. Ela é tratada em Hospital Pediátrico da UFRJ
atualizado
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Rio de Janeiro – Aos 12 anos, Sophia Vitória, uma adolescente que ama super heróis, teve que se preocupar com um último pedido de vida. Com um câncer em estágio terminal, a jovem realizou um desejo: assistir à estreia do filme de seu personagem favorito da Marvel, o Homem-Aranha.
O pedido da menina foi atendido nessa quinta-feira (16/12), em uma sessão aberta exclusivamente para ela na rede de cinemas Kinoplex. Familiares e amigos de Sophia puderam acompanhar esse momento de felicidade.
“Ela ficou cinco meses no hospital, preocupada porque não conseguiria assistir ao filme. Com a internação não saberíamos se poderíamos ir. Não conseguimos o ingresso para uma sala com a estrutura de que ela precisa. Foi a equipe médica do hospital que iniciou uma mobilização para que ela estivesse aqui a tempo de realizar esse desejo”, contou a mãe, Kellen do Rosário, de 36 anos, ao Extra.
Durante a sessão, Sophia, que sentou na primeira fileira, não desgrudou os olhos da tela e se encarregou de contar ao pai, Luiz Fernando, todos os momentos que ele perdia. Sua história foi contada para servir como um alerta sobre a doença. A adolescente é tratada pelo Hospital Pediátrico da UFRJ (IPPMG).
”Foi muito gratificante para nós do Kinoplex poder atender a esse pedido tão especial e genuíno. A Sony foi uma super parceira, autorizando imediatamente a exibição do filme. O cinema tem dessas coisas, é mágico. O que ficou para nós foi um sentimento de gratidão por podermos levar esse pedacinho de alegria para Sophia e sua família”, contou Patricia Cotta, gerente nacional de marketing do Kinoplex, ao Metrópoles.
Diagnóstico
Em julho deste ano, a família de Sophia descobriu uma grave aplasia medular na menina. De acordo com a mãe, os sintomas iniciais que ligaram o sinal de alerta foram: dor de cabeça, fraqueza, taquicardia e fluxo menstrual intenso.
Ela foi, então, diagnosticada e internada no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), da UFRJ, na Ilha do Fundão. O único tratamento para a menina seria um transplante de medula óssea, que teve compatibilidade encontrada em uma de suas irmãs e a cirurgia foi marcada.
No entanto, posteriormente, foi identificado um tumor intramandibular, junto à carótida, artéria que leva sangue e oxigênio ao cérebro, e a cirurgia precisou ser adiada.
“A partir deste momento, ela começou a ficar mais debilitada. As transfusões começaram a ser mais recorrentes, os antibióticos aumentaram muito. Foram muitos procedimentos cirúrgicos”, lembrou Kellen.
Em novembro, uma nova detecção: Sophia foi diagnosticada com mucormicose, infecção fúngica oportunista altamente invasiva conhecida também como “fungo negro”. Desde então, chegou a ficar internada no CTI e ser intubada. Os médicos não conseguiram conter o avanço da doença e decidiram, junto à família, que seria melhor que a menina fosse levada para casa sob cuidados paliativos.
“A medicina disse que já fez tudo que podia, não há mais recursos. O quadro dela, segundo os médicos, é de fim de vida. Somos evangélicos. Creio que todos nós temos um tempo de vida aqui, Deus tem o melhor para a vida dela. Agora, o sim ou o não, quem decide é Deus. Ele é o dono da vida dela e pode dar a cura mesmo que a medicina tenha esgotado todos os recursos. Cremos que o milagre possa acontecer. Sophia é uma menina esperta, especial, inteligente e cativante. No momento, ela precisa do apoio de um cilindro de oxigênio porque a saturação dela tem se mantido muito baixa”, assegurou Kellen.
“Tenho muita fé e agradeço toda a corrente de oração que tem sido feita pela minha vida, de pessoas que eu não conheço e que vêm orando pela minha vida. Confio em Deus, estou consciente de tudo que pode acontecer daqui para frente”, declarou Sophia.