metropoles.com

Mendonça libera reportagens censuradas sobre imóveis do clã Bolsonaro

Mais cedo, Justiça do DF censurou site UOL por publicações sobre compra de imóveis com dinheiro vivo pela família do presidente

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
andre mendonça
1 de 1 andre mendonça - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça determinou, na noite desta sexta-feira (23/9), a liberação de reportagens do portal UOL sobre as compras de imóveis da família do presidente Jair Bolsonaro (PL) com dinheiro vivo. Mais cedo, o portal entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão da Justiça do Distrito Federal, que censurou os textos.

Em sua decisão, Mendonça ressalta que censura não encontra respaldo na Constituição e que a Justiça assegura outros caminhos para discutir direitos individuais, sem a necessidade de supressão da liberdade de expressão e de imprensa.

“No Estado Democrático de Direito deve ser assegurado aos brasileiros de todos os espectros político-ideológicos o amplo exercício da liberdade de expressão. Assim, o cerceamento a esse livre exercício, sob a modalidade de censura, a qualquer pretexto ou por melhores que sejam as intenções, máxime se tal restrição partir do Poder Judiciário, protetor último dos direito e garantias fundamentais, não encontra guarida na Carta Republicana de 1988”, destacou o magistrado.

“No referido julgamento, reiterou-se a plena liberdade de imprensa como categoria jurídica proibitiva de qualquer tipo de censura, bem assim, a imposição, ao Poder Judiciário, do dever de dotar de efetividade os direitos fundamentais de imprensa e de informação”, afirmou Mendonça, um dos ministros indicados ao Supremo pelo presidente Bolsonaro.

“Tomada em relação de mútua causalidade com a democracia, a liberdade de imprensa foi considerada ‘patrimônio imaterial que corresponde ao mais eloquente atestado de evolução político-cultural de todo um povo'”, acrescentou.

Veja a íntegra da decisão de André Mendonça:

Minuta_ Decisão Liminar – Assinado – Rcl 55991 MC by Carlos Estênio Brasilino on Scribd

Na ação, o UOL alegou que houve censura e pediu que a decisão fosse derrubada de forma provisória antes do julgamento final do caso. A defesa sustentou ainda que a decisão viola o entendimento do próprio Supremo, que estabeleceu “a impossibilidade de imposição de censura de qualquer natureza à imprensa, mesmo quando diante da possibilidade de eventual dano a direito personalíssimo”.

“O UOL agiu no regular exercício da liberdade de informação, amparado pela Constituição Federal, que, cabe lembrar, veda qualquer restrição à liberdade de imprensa e, principalmente, proíbe qualquer forma de censura, quer prévia, quer posterior”, diz um trecho da peça de defesa.

Ele foi o filho que mais visitou o então presidente no Palácio do Planalto
Assim como outros membros do clã Bolsonaro, Flávio também é conhecido por falas polêmicas. Ele, inclusive, já foi acusado de homofobia por frases como: "duvido que algum pai tenha orgulho de ter um filho gay" e que "o normal é ser heterossexual"
Em 2018, a Polícia Federal investigava casos de corrupção dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quando descobriu indícios de "rachadinha" dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro. Relatórios apontaram movimentações suspeitas de parlamentares e servidores da Casa legislativa. Um deles era Fabrício Queiroz
À época, o MPRJ descobriu, por meio de quebra de sigilo, que Queiroz movimentou milhões em dinheiro com envolvimento de assessores ligados ao gabinete do filho mais velho do presidente. Com isso, Queiroz e Flávio passaram a ser suspeitos de organizar o esquema. A investigação, no entanto, foi arquivada
1 de 22

Reprodução
3 de 22

Ele foi o filho que mais visitou o então presidente no Palácio do Planalto

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 22

Assim como outros membros do clã Bolsonaro, Flávio também é conhecido por falas polêmicas. Ele, inclusive, já foi acusado de homofobia por frases como: "duvido que algum pai tenha orgulho de ter um filho gay" e que "o normal é ser heterossexual"

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 22

Em 2018, a Polícia Federal investigava casos de corrupção dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quando descobriu indícios de "rachadinha" dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro. Relatórios apontaram movimentações suspeitas de parlamentares e servidores da Casa legislativa. Um deles era Fabrício Queiroz

Reprodução/ Redes sociais
6 de 22

À época, o MPRJ descobriu, por meio de quebra de sigilo, que Queiroz movimentou milhões em dinheiro com envolvimento de assessores ligados ao gabinete do filho mais velho do presidente. Com isso, Queiroz e Flávio passaram a ser suspeitos de organizar o esquema. A investigação, no entanto, foi arquivada

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 22

O vereador Carlos Bolsonaro é o filho 02 de Jair Bolsonaro

Redes Sociais/Reprodução
8 de 22

Ele entrou 166 vezes no Palácio do Planalto para visitar o pai

Hugo Barreto/Metrópoles
9 de 22

Ao longo dos anos, se envolveu em inúmeras brigas on-line. Em uma delas, após o general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, afirmar que há milícias digitais nas redes sociais. Com os ataques, Santa Cruz chegou a publicar um print insinuando que as redes sociais do presidente são, na verdade, comandadas por Carlos

Alan Santos/Presidência da República
10 de 22

Após a exoneração de Santa Cruz, Carlos Bolsonaro passou a atacar o vice-presidente Hamilton Mourão. No Twitter, chamou Mourão de “traidor”, "queridinho da imprensa" e insinuou que ele queria tomar o lugar do chefe do Executivo

Divulgação/Câmara Municipal do Rio de Janeiro
11 de 22

Carlos Bolsonaro demonstrou irritação com "oportunismo"

Reprodução
12 de 22

Carlos Bolsonaro havia deixado o comando das redes sociais do pai em abril

Igo Estrela/Metrópoles
13 de 22

Eduardo Nantes Bolsonaro, nascido em 1984, é policial, advogado e político brasileiro. Natural do Rio de Janeiro, atualmente ocupa o cargo de deputado federal por São Paulo

Igo Estrela/Metrópoles
14 de 22

Eduardo Bolsonaro quer convocar ex-assessores de Janones para esclarecer rachadinha

Rafaela Felicciano/Metrópoles
15 de 22

Em 2018, foi denunciado pela PGR ao STF por ameaçar a jornalista Patrícia Lelis. No ano seguinte, Eduardo e o presidente Jair Bolsonaro usaram as redes sociais para criticar uma matéria da revista Época e incentivar ataques a jornalistas

Paulo Sergio/Agência Câmara
16 de 22

Eduardo Bolsonaro ainda está irritado com Luís Roberto Barroso, do STF

André Borges/Metrópoles
17 de 22

Em abril do mesmo ano, zombou das torturas que a jornalista Miriam Leitão sofreu durante a ditadura militar. Além disso, foi acusado pelo PT, PDT, PSB e Psol de desrespeitar parlamentares mulheres

Hugo Barreto/Metrópoles
18 de 22

Jair Renan, nascido em 1998, é filho de Bolsonaro com uma das ex-esposa dele, Ana Cristina Siqueira Valle. Também conhecido como 04, é o quarto dos cinco filhos

Matheus Portugal/Estúdio Jota
19 de 22

Ele foi o filho que menos visitou Bolsonaro no Planalto

Igo Estrela/Metrópoles
20 de 22

À época da inauguração da empresa, um dos sócios de Renan afirmou que ganhou um carro elétrico da Neon Motors. Segundo investigações da PF, o automóvel teria sido doado para que "portas fossem abertas” para a companhia dona da Neon no governo

Igo Estrela/ Metrópoles
21 de 22

A empresa de Jair Renan também apareceu nas apurações da CPI da Covid. Isso porque a firma foi fundada com a ajuda de Marconny Faria, apontado pela comissão como lobista da Precisa Medicamentos na compra da vacina Covaxin

Reprodução/Instagram
22 de 22

A caçula do presidente é Laura, fruto do casamento de Jair com Michelle. Em geral, aparece pouco nas redes sociais

Reprodução

Entenda

O desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), mandou o portal de notícias apagar duas matérias sobre suposta compra de imóveis por membros da família do presidente Bolsonaro com dinheiro vivo.

A liminar, que está em segredo de Justiça, atende a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, também mencionado nas matérias jornalísticas.

Demétrius se baseou no argumento utilizado pela defesa do parlamentar, alegando que a reportagem, ao produzir as matérias, usou como fonte uma investigação que foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Tais matérias foram veiculadas quando já se tinha conhecimento da anulação da investigação, o que reflete que tenham os requeridos excedido o direito de livre informar. A uma, porque obtiveram algumas informações sigilosas contidas em investigação criminal anulada e, a duas, porque vincularam fatos (compra de imóveis com dinheiro em espécie), cuja divulgação lhes é legítima, a suposições (o dinheiro teria proveniência ilícita) não submetidas ao crivo do Poder Judiciário, ao menos, até o momento”, diz trecho da decisão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?