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“Melancias traidores” e “extremistas”: veja xingamentos no grupo do PL

Mensagens evidenciam racha dentro do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro após discordâncias na votação do texto da reforma tributária

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Breno Esaki/Especial Metrópoles
Valdemar Presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com a mão no rosto durante coletiva de imprensa eleições 2022 - Metrópoles
1 de 1 Valdemar Presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com a mão no rosto durante coletiva de imprensa eleições 2022 - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Uma discussão em um grupo de parlamentares do Partido Liberal (PL) expôs um verdadeiro racha dentro da sigla. Expressões como “melancias traidores (comunistas)” e “extremistas” esquentaram o clima no bate-boca on-line entre companheiros de partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Conforme mensagens obtidas pelo O Globo e confirmadas pelo Metrópoles, a discussão aconteceu nesse domingo (9/7). O motivo é a divergência na votação da reforma tributária apresentada pelo governo. Vinte parlamentares do PL votaram a favor do texto.

Desde o início da discussão sobre a reforma, o partido presidido por Valdemar Costa Neto (foto em destaque) tem se posicionado contra a proposta, que é uma das apostas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A orientação do partido era de que se votasse contra o texto. A confusão dentro do grupo foi tamanha que o líder do partido na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), trancou o grupo, para impedir que novas mensagens fossem enviadas.

O bate-boca esquentou quando Vinícus Gurgel (PL-AP) reclamou de “extremistas” e de uma perseguição contra os 2o parlamentares que votaram a favor do texto. Ele é um dos parlamantares a se posicionar a favor do projeto.

“Só não fico ofendendo nas redes sociais quem vota de um jeito, então peço respeito, cada um tem seu eleitor”, alfinetou o parlamentar. Em seguida, ele se diferenciou dos bolsonaristas: “Não sou esquerda nem de direita, sou conservador, somente. Se quiserem pedir minha suspensão de comissões, expulsão, do jeito que vier tá bom. Não é comissão que vai me eleger”.

A dicussão seguiu e a deputada Julia Zanatta (PL-SC), fiel escudeira de Bolsonaro, disse que Gurgel estava “choramingando”.

Logo começou a se ventilar a possibilidade de a sigla ter duas lideranças, que pudessem representar as crenças políticas dos dois grupos dentro do PL.

O deputado Júnio Amaral (PL-MG), alinhado com o grupo de Bolsonaro, sugeriu que os 20 deputados votaram a favor do texto por outro motivo que não seja o alinhamento político com o projeto. “Essas tentativas de justificar o voto aqui no grupo da bancada fica parecendo que nós, bolsonaristas, somos otários para acreditar que se trata de um posicionamento verdadeiro a favor do texto, me ajuda aí. Como se ninguém soubesse como funciona”, disse Amaral.

Gurgel então retrucou: “Amigo, pede minha expulsão. Aqui não tem clima mais com você”, respondeu Gurgel a Júnio Amaral. Coube ao ex-ministro da Saúde de Bolsonaro Eduardo Pazzuello o papel de colocar panos quentes no bate-boca.

“Casamento forçado”

“Está faltando política nestas discussões. Considerando que sou um calouro nesta legislatura, peço desculpas caso escorregue em algumas ideias. O nome do nosso partido é Partido Liberal, só pelo nome não cabe radicalismo e acusações”, escreveu.

Não funcionou. A confusão continuou e Gurgel disse que a nova bancada do partido estava parecendo um “casamento forçado” e lamentou: “Tristeza vocês terem vindo pro PL”.

André Fernandes (PL-CE) logo questionou: “Vocês quem?”. Gurgel então respondeu: “Você, amigo, é um deles, pede expulsão, não respeita. Preferia você em outro partido”. Fernandes não deixou barato e retrucou: “Não me chame de amigo. Não lhe dei essa liberdade”.

O bolsonarista continou a discussão: “Tá achando ruim? Pede para sair”. A resposta: “Na hora certa”.

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