Vídeo. Fiscal do Ibama é agredido com garrafada no olho em operação no Pará
Ação do órgão de fiscalização tinha como objetivo coibir extração ilegal de madeira no entorno de terra indígena
atualizado
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Durante operação no entorno da Terra Indígena Cachoeira Seca, no Pará, na última terça-feira (05/05), um agente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi agredido com uma garrafada no olho. As imagens foram registradas em vídeo. Veja:
Em nota, a Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Asibama) do Pará, informou que a operação envolvia um acampamento de extração ilegal de madeira e que o fiscal e sua equipe foram cercados por madeireiros.
Segundo eles, a operação, que encontrou quatro caminhões e dois tratores, teve que envolver a queima da maior parte dos equipamentos, porque só um dos veículos tinha a chave e, portanto, podia ser tirado do local.
Fiscais do Ibama têm a prerrogativa de queimar os equipamentos, segundo os termos do decreto 6.514/2008. O caminhão que estava com a chave foi, então, conduzido à cidade de Uruará. Antes de chegar, a equipe teve que parar porque a via estava bloqueada.
A entidade afirmou ainda que as mesmas pessoas tentaram, no último dia 30 de abril, fazer uma manifestação contra o Ibama, mas foram impedidos pela Justiça.
Em resposta a uma Ação Civil Pública do Ministério Público do Pará (MPPA), a juíza Caroline Silva, da Comarca de Uruará, vetou o protesto e estabeleceu multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
“Desde 2019 o Governo (presidente Jair Bolsonaro e ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles), têm feito discursos de inibição de destruição de bens apreendidos em atividades ambientais ilícitas, descaracterizando uma ação prevista em decreto, inclusive com tentativas de modificar essa normativa, o que incentivou protestos contra as ações de fiscalização”, criticara a magistrada no texto.
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente repudiou o ataque e “reiterou seu apoio às equipes no cumprimento da lei e das normas em defesa do meio ambiente”. “O Ministério e o Ibama informam que estão sendo adotadas as medidas necessárias para identificar e responsabilizar os agressores”, escreveram.