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Timberland, Vans e Kipling suspendem compra de couro do Brasil

Suspensão ocorreu devido ao aumento no número de queimadas na região da Amazônia, segundo grupo responsável pelas marcas

atualizado

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Daniel Beltrá/Greenpeace/Arquivo
Amazônia-em-chamas
1 de 1 Amazônia-em-chamas - Foto: Daniel Beltrá/Greenpeace/Arquivo

A VF Corporation, empresa responsável por marcas como Timberland, The North Face, Kipling e Vans, decidiu não seguir se “abastecendo diretamente com couro e curtume do Brasil para os negócios internacionais até que haja a segurança que os materiais usados em nossos produtos não contribuam para o dano ambiental no país”, numa referência às queimadas e ao desmatamento na Amazônia.

O assunto surgiu nessa quarta-feira (28/08/2019), quando foi divulgado o conteúdo de uma carta do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mencionando “suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais”. A carta dizia que a suspensão representava uma “informação devastadora”.

Pouco tempo depois, o presidente da entidade, José Fernando Bello, disse que se tratou de um “erro de pré-avaliação” da entidade. “A carta foi divulgada (pelo próprio CICB) antes da checagem com a empresa importadora”, disse Bello. “Esse importador estaria supostamente suspendendo as compras. Foi um equívoco nosso. Vamos corrigir a informação junto ao governo federal.”

A reportagem questionou diretamente a VF Corporation sobre o assunto, que detém 18 marcas de vestuário e calçados. A nota da empresa diz que desde 2017 busca aprimorar o abastecimento global de couro por meio de “estudos para garantir que os fornecedores de couro estejam de acordo com nossos requisitos de abastecimento responsável”.

A empresa informou que, como um resultado detalhado desse estudo, não conseguiu “assegurar satisfatoriamente que nossos volumes mínimos de couro comprados de produtores brasileiros sigam esse compromisso”. “Sendo assim, a VF Corporation e suas marcas decidiram não seguir abastecendo diretamente com couro e curtume do Brasil para nossos negócios internacionais até que haja a segurança que os materiais usados em nossos produtos não contribuam para o dano ambiental no país”, acrescentou.

A Amazônia, do início do ano até esta semana, sofreu 43.421 focos de incêndio. Somente neste mês, foram 27.497 – número mais alto que a média para o mês inteiro registrada nos últimos 21 anos, que foi de 25.853 focos, segundo dados do Programa Queimadas, do Inpe. Para o bioma, este é o maior número de focos de incêndio para o mês desde 2010, quando houve 45.018. Mas aquele ocorreu um ano de seca histórica na região.

Manifestação de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) havia se manifestado sobre o assunto. Pelo Twitter, ele disse: “Mais cedo, jornais publicaram que 18 marcas suspenderam a compra de couro brasileiro. Àqueles que torcem contra o país e que vergonhosamente divulgaram felizes a notícia, informo que o Centro de Indústria de Curtumes do Brasil negou tal suspensão. As exportações seguem normais.”

Antes do posicionamento da VF, o presidente do CICB havia dito que não havia intenção de os importadores boicotarem ou restringirem compras do produto brasileiro. Segundo ele, em contato com o CICB, o importador teria explicado que continuaria com os pedidos em andamento, mas que gostaria de “esclarecimentos adicionais” sobre a origem e a rastreabilidade do produto.

Ainda nessa quarta-feira (28/08/2019), a maior produtora mundial de salmão, a norueguesa Mowi ASA (MOWI.OL), declarou que poderá parar de comprar soja brasileira para ser usada na sua produção se o país não coibir o desmatamento. “É importante que nós, e todos que compram bens do Brasil, digam claramente que a floresta tropical deve ser preservada e a situação atual é inaceitável”, disse Catarina Martins, diretora de sustentabilidade da empresa.

 

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