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Queimadas na Amazônia atingem pior índice para agosto em 12 anos

Este é o 4º ano consecutivo que focos de incêndio na floresta ultrapassam 28 mil. No último dia 22, o bioma teve a pior queima em 15 anos

atualizado

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Fotos Igo Estrela/Metrópoles
Incêndio na Amazônia
1 de 1 Incêndio na Amazônia - Foto: Fotos Igo Estrela/Metrópoles

A Amazônia registrou 31.513 focos de queimadas em agosto, o maior índice para o mês desde 2010, quando 45.018 pontos de incêndio foram registrados. Isso representa um aumento de 12,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), nesta quinta-feira (1º/9).

Este é o quarto ano consecutivo que o panorama de queimadas no bioma ultrapassa o patamar de 28 mil focos. O dado também está acima da média histórica para o mês, estimada em 26 mil, de acordo com o cálculo do Inpe. 

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior

Fábio Vieira/Metrópoles
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O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão

Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
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Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo

Fábio Vieira/Metrópoles
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Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais

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Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais

Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente

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No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil

Agência Brasil
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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica

Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500

Agência Brasil
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Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias

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Desmatamento na Amazônia

Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images

Em 22 de agosto, o bioma alcançou um recorde negativo e teve o pior dia de queimadas nos últimos 15 anos. Na ocasião, foram registrados 3.358 focos de incêndios florestais em um intervalo de 24 horas.

Os registros na data representam quase três vezes os dados de focos observados em uma data emblemática na história: o Dia do Fogo. Em 10 de agosto de 2019, fazendeiros se articularam para provocar queimadas ilegais em diversos pontos da região. Ao todo, foram 1.173 focos registrados.

Confira o número de focos para o mês de agosto, ano a ano desde 2010:

 

Segundo o painel do Inpe, os maiores índices de queimadas na floresta Amazônica ocorreram no Pará (35,7%), Amazonas (24,4%), Mato Grosso (23,8%) e Rondônia (11,6%).

Durante os setes primeiros meses de 2022, foram 46.022 pontos de queimada no bioma. O número de focos de queimadas na região aumentou 14% em relação com o mesmo período de 2021, quando ocorreram 39.424 focos de incêndio.

Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF Brasil, pontua que o descontrole das queimadas observado nos últimos quatro anos está “estreitamente associado a um aumento do desmatamento e da degradação florestal nesse período”.

“A Amazônia é uma floresta tropical úmida e, ao contrário do que ocorre em outros biomas, o fogo não faz parte de seu ciclo natural. Os incêndios não surgem de forma espontânea no bioma e sua ocorrência está sempre associada a ações humanas — em especial ao desmatamento e à degradação florestal”.

Temporada de seca

A temporada de fogo na Amazônia inicia entre junho e outubro, quando também é registrado desmatamento na região em decorrência da seca nas florestas. Porém, garimpeiros, fazendeiros e grileiros derrubam a floresta e se preparam para queimá-la ao longo de todo o ano.

Segundo destaca a WWF, as queimadas, em geral, correspondem à última fase do desmatamento: depois de cortar as árvores, os criminosos colocam fogo na floresta derrubada para “limpar o terreno”.

“A degradação florestal também contribui fortemente para o aumento o fogo. As áreas degradadas, embora não tenham sido totalmente devastadas pelo corte raso, têm menor números de árvores grandes, são mais suscetíveis aos efeitos das secas, acumulam mais biomassa seca e inflamável e, assim, ficam mais vulneráveis ao fogo”, completa a ONG.

No primeiro semestre de 2022, o Inpe registrou um desmatamento recorde na região amazônica para este período. Foram desmatados 3.988 km² entre janeiro e junho de 2022. É o nível mais alto para essa temporada, desde que a pasta passou a compilar essa série de dados, em 2015.

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