Promotoria denuncia desmatamento de Mata Atlântica pela Samarco
Segundo o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, que atua na defesa do patrimônio histórico e artístico do Estado, a região do acidente virou “terra de ninguém”
atualizado
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Vistoria realizada por promotores e técnicos do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-MG) na área da barragem de Fundão, em Mariana, identificou obra irregular feita pela mineradora Samarco, dona da represa que ruiu há exatamente oito meses matando 18 pessoas e deixando uma desaparecida.
Segundo o promotor Mauro Ellovitch, houve desmatamento de Mata Atlântica sem autorização e acúmulo de material atrás de um dique construído para tentar evitar que a lama da barragem continue vazando. A obra, conforme os promotores, não tinha projeto nem autorização dos órgãos ambientais. A vistoria foi realizada na sexta-feira (1º/7).
Segundo o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, que atua na defesa do patrimônio histórico e artístico do Estado, a região do acidente virou “terra de ninguém”. Ainda conforme Miranda, a Samarco “faz o que quer sem consultar ninguém”.
Os promotores afirmaram ter perguntado à empresa sobre os motivos da obra, mas a mineradora não conseguiu informar. “Depositar grande quantidade de material sem um projeto executivo, estudo técnico é temerário. É colocar risco para o meio ambiente e para a sociedade sem qualquer respaldo”, afirmou Ellovitch.A Promotoria espera laudo da Polícia Ambiental, que foi chamada ao local, para estudar a possibilidade de acionar a mineradora.
Por identificar a obra irregular, o MP emitiu recomendação à Samarco para que “submeta previamente à aprovação dos órgãos ambientais estaduais competentes (sem prejuízo de outras autorizações exigidas legalmente) todas as medidas necessárias para o controle da situação decorrente do rompimento da barragem de Fundão”.
Até as 13h30 desta terça-feira, 5, a Samarco não se posicionou sobre a vistoria feita pelo MP.