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Poluição em SP está há 22 anos acima do limite indicado pela OMS

Em alguns pontos da capital paulista foram registrados níveis que ultrapassam em 4 vezes o limite indicado pela Organização Mundial da Saúde

atualizado

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1 de 1 foto colorida de caminhão e fumaça - Foto: Reprodução/Pinterest

A poluição do ar na capital paulista permaneceu acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos últimos 22 anos. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26/5) pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), o número de gases poluentes presentes na cidade de São Paulo esteve acima do que é considerado seguro para a saúde pública, mesmo durante os períodos de isolamento social provocados pela pandemia de Covid-19.

Em alguns pontos da cidade, foram detectados níveis de poluentes até quatro vezes mais altos que o limite recomendado pela OMS.

“Isso significa que nas duas últimas décadas os moradores de São Paulo continuaram respirando um ar inadequado. Quanto maior a concentração de poluentes, mais a saúde é afetada”, afirma o gerente de projetos no Iema e coordenador do estudo sobre a poluição do ar no município, David Tsai.

De acordo com o estudo, a qualidade do ar da capital paulista é afetada principalmente pelas emissões de gases oriundos dos veículos automotores, ou seja, ocasionado pelo grande fluxo de carros, motos, caminhões e ônibus.

Os principais poluentes atmosféricos encontrados na capital foram ozônio (O³) e dióxido de nitrogênio (NO²). De acordo com a análise realizada pelo Iema, esses gases apresentaram um aumento anual nas concentrações desses poluentes.

O estudo analisou a presença de material particulado (MP) – conjunto de poluentes formados de poeiras, fumaças ou por outros tipos de materiais sólidos e líquidos suspensos no ar – encontrado por metro cúbico estudado. O material pode ser classificado como partículas inaláveis grossas (MP10-2,5) ou como partículas finas ou respiráveis (MP2,5).

“Outra dado que chamou a atenção é que, na primeira década da análise, era mais frequente o número de estações onde o ozônio estava dentro do padrão da OMS, como é o caso de Pinheiros. Mas, na segunda metade da análise, apenas uma estação apresentou adequação, a de Itaquera, num único ano”, destaca o pesquisador do Iema.

A análise avaliou, também, a concentração do MP10. A recomendação da OMS é de 15 microgramas por metro cúbico, contudo, a estação mais limpa da capital paulista, em Santo Amaro, registrou 21 para o poluente.

As estações que apresentaram os principais números foram a de Parque Dom Pedro II, Perus e Marginal Tietê, com o registro de 30 por metro cúbico, o dobro do indicado pela OMS.

A estação Marginal Tietê registrou 19 microgramas de MP2,5 por metro cúbico, número quatro vezes maior que o indicado para saúde pública, de 5.

A análise foi realizada com base nos dados do sistema de informação da qualidade do ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

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