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Petroleira grega diz que Bouboulina chegou ao destino sem perdas

Em comunicado, a Delta Tankers, dona da embarcação negou responsabilidade sobre óleo que atingiu praias nordestinas

atualizado

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Marcos Rodrigues/Secom Sergipe
Oleo praia nordeste
1 de 1 Oleo praia nordeste - Foto: Marcos Rodrigues/Secom Sergipe

A petroleira grega Delta Tankers, proprietária do navio-tanque Bouboulina, divulgou nota neste sábado (02/11/2019), na qual nega que a embarcação seja responsável pelo derramamento de óleo que desde o fim de agosto vem atingindo o litoral nordestino. No comunicado, a empresa diz que “não há provas” de que a embarcação seja responsável pelo incidente e que fez uma “pesquisa completa do material nas câmeras e sensores que todos os seus navios carregam como parte de suas políticas de segurança e ambientais”.

A empresa destacou 3 pontos: “não há provas” de que o navio Bouboulina derramou óleo; a empresa não foi procurada por autoridades brasileiras; a embarcação, que saiu da Venezuela em 19 de julho, chegou ao destino final, na Malásia, e “descarregou toda a carga sem qualquer falta”.

A empresa ainda afastou a hipótese de que o navio possa ter realizado qualquer tipo de transferência de carga, de um navio pra o outro, em alto mar. “Não há provas de que o navio tenha parado, realizado qualquer tipo de operação STS [transferência de um navio para o outro], vazado, desacelerado ou desviado da rota, em seu caminho da Venezuela para Melaka, na Malásia”, diz o texto da Delta.

O comunicado rechaça a versão apresentada pela Polícia Federal brasileira de que a embarcação é a principal suspeita de ser responsável pelo derramamento de óleo que atingiu pelo menos 286 localidades em 97 municípios de 9 estados. A substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas. De acordo com os investigadores brasileiros, 2,5 mil toneladas de óleo foram derramadas no oceano.

“Este material [da investigação interna] será compartilhado de bom grado com autoridades brasileiras, caso entrem em contato com a empresa com relação a esta investigação. Até agora, esse contato não foi feito. Como relatado ontem, dia 1º de novembro, no comunicado inicial da Delta Tankers, o navio partiu da Venezuela em 19 de julho de 2019, indo diretamente, sem paradas em outros portos, para Melaka, na Malásia, onde descarregou toda a carga sem qualquer falta.”

A Delta foi fundada em 2006, mesmo ano de fabricação do Bouboulina. O petroleiro é do tipo Suezmax, e sua capacidade máxima é 1,1 milhão de barris. Considerando o valor atual de mercado do petróleo, o carregamento vale cerca de US$ 66 milhões. As 2,5 mil toneladas que vazaram na costa brasileira equivalem a quase três milhões de litros. Isso representa 1,8% da carga transportada pelo navio.

 

Leia, abaixo, a íntegra da nota da Delta Tankers:

“Atenas, 2 de novembro de 2019.

DELTA TANKERS LTD., responsável pelo navio-tanque de petróleo bruto Bouboulina, sob uma bandeira grega, informa agora que eles realizaram uma pesquisa completa do material nas câmeras e sensores que todos os seus navios carregam como parte de suas políticas de segurança e ambientais, para monitorar as atividades a bordo e ao redor da embarcação, bem como alternâncias de curso, de paradas, velocidade etc.

Não há provas de que o navio tenha parado, realizado qualquer tipo de operação STS [sigla para ship to ship; navio para navio], vazado, desacelerado ou desviado do curso, em seu caminho para Melaka, na Malásia.

Este material será compartilhado de bom grado com autoridades brasileiras, caso entrem em contato com a empresa com relação a esta investigação. Até agora, esse contato não foi feito.

Como relatado ontem, dia 1º de novembro, no comunicado inicial da Delta Tankers, o navio partiu da Venezuela em 19 de julho de 2019, indo diretamente, sem paradas em outros portos, para Melaka, na Malásia, onde descarregou toda a carga sem qualquer falta.

DELTA TANKERS LTD. opera seguindo rigorosas políticas ambientais, cumprindo os regulamentos internacionais, e as câmeras e sensores a bordo de todos os seus navios fazem parte dessas políticas”.

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