Para o Ibama, ações da Samarco em MG não têm sido suficientes
Nesta quarta-feira (4/5), órgão aplicou mais uma multa a mineradora. Todas as infrações já somam R$ 291,8 milhões
atualizado
Compartilhar notícia
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, nesta quarta-feira (4/5), que as ações da mineradora Samarco têm sido insuficientes para recuperar a área atingida após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
O maior desastre ambiental da história do Brasil ocorreu há seis meses e, segundo a presidente do órgão, Marilene Ramos, a empresa trabalha abaixo do necessário para fazer a limpeza do local. O rio ainda está 10 vezes mais sujo que o normal, e um novo acidente pode ocorrer no período chuvoso.
Essa última infração se refere à destruição de cerca de 835 hectares de área de preservação permanente, identificada por meio de imagens de satélite. Todas as punições estão sendo discutidas administrativamente e, ao final, eventuais crimes constatados pelo Ibama serão encaminhados para a Polícia Federal e Ministério Público Federal para apuração dos responsáveis.
Marilene apontou algumas medidas de contenção de dejetos que precisam ser agilizadas. Entre elas, está a dragagem do reservatório de Candonga, a cerca de 120km do Fundão, que ainda retém parte dos sedimentos vindos da barragem rompida. Pelo plano de recuperação, a Samarco precisa dragar 400 metros naquela área até dezembro. Mas, até agora, de acordo com a presidente do Ibama, há somente duas dragas no local e que estão há mais de um 1km do ponto em que devem ser iniciados os serviços.
O governo teme também que os rejeitos ainda existentes na barragem de Fundão voltem a ser despejados após o início das chuvas. Marilene esclareceu que o material está sendo contido por dois diques emergenciais. No entanto, conforme esclareceu Marilene, essas estruturas não serão suficientes para segurar os rejeitos no caso de novas precipitações.