Pantanal tem recorde histórico de queimadas neste ano
Mês é o pior em número de focos de incêndio desde o início do monitoramento realizado pelo Inpe em 1998. Amazônia também teve alta
atualizado
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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o Pantanal teve, em setembro, 8.106 focos de incêndio. Foi o pior mês em número de focos já registrado no bioma desde 1998, quando o instituto começou a realizar o monitoramento oficialmente e ampliou a fiscalização da Amazônia brasileira que o INPE iniciou em 1988.
Ainda faltam três meses para acabar, mas 2020 já atingiu a marca de ano com o maior número de focos de incêndio no Pantanal. De 1º de janeiro a 30 de setembro, foram registrados 18.259. O ano que detinha esse título, até então, era 2005, com 12.536 (contabilizando os 12 meses). O aumento é de aproximadamente 46%.
Amazônia
O número de focos de incêndio na Amazônia também aumentou. No mês de setembro deste ano, foram 32.017 focos de calor; no mesmo período em 2019, o número foi de 19.925. Houve uma elevação de 61%.
De de janeiro a 30 de setembro de 2019, foram registrados 66.749 pontos de fogo na região. No mesmo período deste ano, 76.030, um crescimento de 14%.
Segundo o dado mais recente do Inpe, até 31 de agosto, o Brasil perdeu 53.019 km² de mata nativa da Amazônia e do Pantanal juntos. O número equivale a 34 cidades de São Paulo.
Os dados publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais já causaram embates com o governo. Em discurso na Assembleia Geral da Onu, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destacou a “preservação ambiental” e afirmou que o Brasil é líder em conservação de florestas tropicais.
Além disso, Bolsonaro afirmou que o país sofre com a desinformação sobre as questões ambientais. “Nosso agronegócio continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta. Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.”