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- Foto: Welington Pedro de Oliveira
O acúmulo de alertas de desmatamento na Amazônia em 2022 atingiu uma área de 8.590 km², de acordo com índices divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira (7/10). Em setembro deste ano, a devastação no bioma atingiu 1.455 km², um aumento de 48% em comparação com o registrado no mesmo período do ano passado – 985 km².
No acumulado do ano, o desmatamento teve um aumento de 23% em relação aos primeiros nove meses de 2021, com 7.006 km². Além disso, o índice registrado em 2022 quase dobrou em comparação com o mesmo período de 2018, quando foram detectados 4.081 km² devastados.
Os dados foram registrados pelo Sistema Deter, do Inpe, e mostram que os estados amazônicos com maior índice de desmatamento foram o Pará com 2.818 km² e o Amazonas com 2.322 km².
As unidades de conservação que mais sofreram com o desmatamento estão no Pará. São elas, Área de Proteção Ambiental do Tapajós (99 km²), a Floresta Nacional do Jamanxim (86 km²) e Estação Ecológica Terra do Meio (37 km²).
As áreas destinadas às unidades de conservação tem como objetivo preservar as espécies que residem naquele lugar, como animais e árvores. Elas são protegidas pelo Poder Público para proteção do bioma local.
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018
Igo Estrela/Metrópoles
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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Igo Estrela/Metrópoles
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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Igo Estrela/Metrópoles
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Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
Fábio Vieira/Metrópoles
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O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
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Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
Fábio Vieira/Metrópoles
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Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais
Fotos Igo Estrela/Metrópoles
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Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais
Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente
Agência Brasil
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No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil
Agência Brasil
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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica
Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500
Agência Brasil
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Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias
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Desmatamento na Amazônia
Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images
No acumulado do ano, o desmatamento se concentrou principalmente nos estados do Pará, com 531 km², e no Mato Grosso 340 km². As unidades de conservação mais atingidas, segundo o Deter, foram Floresta Nacional do Jamanxim (15 km²), a Reserva Extrativista Chico Mendes (10 km²) e a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (5 km²).
Desmatamento no Cerrado
O sistema Deter detectou que até 28 de setembro foram devastados uma área de 262 km² no Cerrado. No acumulado do ano, o bioma registrou alertas de desmatamento em uma área de 4.837 km², um aumento de 24% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O desmatamento no Cerrado se concentrou principalmente nos estados do Matopiba, são eles Bahia (1.228 km²), Maranhão (1.166 km²) e Tocantins (752 km²).
“A taxa de desmatamento nos primeiros nove meses de 2022 dobrou entre 2018 e 2020, passando de 4 mil km² para mais de 8 mil km² – é um crescimento sem precedentes”, alerta a gerente de ciências do WWF-Brasil.
“Estamos destruindo a nossa fonte de chuvas e de regularidade climática em benefício da grilagem de terras e de ações ilegais que não geram distribuição de riquezas, nem aumento do PIB do país”, acrescentou.
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