Mourão sobre combate ao desmatamento: “Vaidades têm que ser despidas”
Vice-presidente se referia ao fim da Operação Verde Brasil 2, que, com a saída das Forças Armadas da Amazônia, passa a gestão a agências
atualizado
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O vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), Hamilton Mourão (PRTB), cobrou, nesta segunda-feira (3/5), empenho por parte das agências ambientais. A Operação Verde Brasil 2 terminou na sexta-feira (30/4) e fez com que os militares das Forças Armadas que estavam na Amazônia entregassem a responsabilidade de combater o desmatamento ilegal a esses órgãos.
“De acordo com o planejamento que nós estamos fazendo, semanalmente ajustando a conduta para as áreas que estão apresentando maior incidência de irregularidade com as agências se colocando efetivamente em campo. Não aparecendo só dois agentes, três: tem que aparecer mais gente”, apontou o general.
E, segundo o vice-presidente, as Forças Armadas estão em reserva. “Se for necessário, serão empregadas”, frisou.
Na sexta-feira (30/4), último dia da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia, Mourão disse que não obteve retorno sobre a prorrogação, o que manteria os militares combatendo efetivamente os crimes contra o meio ambiente.
“Operação interagência requer muito espírito de cooperação. Requer que um aprenda a linguagem do outro, as vaidades têm que ser despidas, e lembrar que a gente tá trabalhando pelo bem e objetivo comum, que é impedir que as ilegalidades aconteçam”, sugeriu o general sobre a conduta a ser seguida pelas agências.
Por mais que dobrar as ações de fiscalização na Amazônia tenha sido uma das promessas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Cúpula do Clima, o chefe do Executivo ainda não se posicionou sobre a prorrogação da GLO. Na quinta-feira (22/4), Mourão se reuniu com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, com o intuito de conversar sobre a operação, mas não obteve resposta.
Plano Amazônia 21/22
No dia 15 de abril, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a Resolução nº 3, de 9 de abril de 2021, que aprovou o Plano Amazônia 2021/2022. O documento foi apresentado pelo Conselho da Amazônia Legal, no começo de fevereiro, na primeira reunião de 2021.
O Plano Amazônia 2021/2022 substitui a Operação Verde Brasil 2, deflagrada em maio de 2020 e prorrogada até 30 de abril de 2021.
O documento de 12 páginas indica a intenção do conselho em reduzir, até o fim de 2022, “os ilícitos ambientais e fundiários, bem como as queimadas e o desmatamento ilegal, aos níveis da média histórica do Prodes (2016/2020)”.
Além disso, o plano prevê também assegurar o engajamento federal nas ações de proteção, preservação e desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal.