Ministro do Meio Ambiente pede a países ricos mais verba para Amazônia
Apesar de pressionar por investimento na Amazônia, Joaquim Leite não quis comentar dados desta sexta que mostraram alta do desmatamento
atualizado
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O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, cobrou mais investimentos estrangeiros para que o Brasil possa cumprir metas firmadas na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26). Quando questionado sobre dados desta sexta-feira (12/11) que mostraram um aumento na taxa do desmatamento, o chefe da pasta preferiu não comentar.
“Gostaria de compartilhar a preocupação do Brasil com o financiamento climático, com um volume de recursos que ainda não chegou”, disse. “Seria um sucesso para o Brasil a gente conseguir pressionar os países ricos para mais recursos, chegar a um consenso e aproveitar essa nova economia verde”, declarou Leite.
Joaquim Leite, no entanto, não quis comentar os dados do sistema Deter-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que revelaram que cerca de 876,5 quilômetros quadrados (km²) da Amazônia Legal estiveram sob alerta de desmatamento em outubro.
Trata-se da maior área para o mês desde o início da série histórica do sistema, iniciada em 2015. O desmatamento avançou 5% em comparação com outubro do ano passado, quando a área sob alerta era de 835 km².
O dado foi divulgado um mês depois do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostrar, por meio do Estadão, que o governo utilizou apenas 22% das verbas direcionadas às agências ambientais para combater os atos ilícitos. De R$ 384,9 milhões, o governo empenhou apenas R$ 83,5 milhões para ações contra crimes ambientais.
“O Brasil tem preocupação que o volume [de financiamento de países ricos a nações em desenvolvimento] chegue aos US$ 100 bilhões prometidos. Os países desenvolvidos pediram mais ambição aos países em desenvolvimento, mas não tiveram a mesma proporção na entrega dos US$ 100 bilhões de dólares”, declarou Leite.
Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia, é uma iniciativa do Ministério da Economia em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Tem por finalidade captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, além de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil e em outros países tropicais.
Apesar de cobrar incentivos financeiros para o Fundo Amazônia, que é para onde doações de países estrangeiros em prol da Amazônia vão, o fundo já conta com R$ 3 bilhões. Esse montante, no momento, se encontra suspenso desde 2019, em decorrência dos índices de desmatamento naquela época, que não agradaram os investidores, que os congelaram.