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Ministro diz que crise amazônica é “falsa” e culpa europeus e esquerda

Abraham Weitraub é mais um integrante do alto escalão do governo a questionar a gravidade dos incêndios na região amazônica

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Abraham Weintraub
1 de 1 Abraham Weintraub - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Educação, Abraham Weitraub, usou o Twitter na tarde desta sexta-feira (23/08/2019) para chamar a crise motivada pelos incêndios na Amazônia de “falsa” e disse que a motivação de uma conspiração entre esquerda, artistas e Organizações Não Governamentais (ONGs) seria atrapalhar o acordo comercial fechado entre o Mercosul e a União Europeia.

“O lobby dos agricultores europeus reagiu diante da iminente invasão de produtos brasileiros”, escreveu o ministro, cuja pasta não está diretamente envolvida nos esforços para contornar o problema amazônico.

A fala de Weintraub resume um sentimento que vem sendo expressado por vários integrantes do governo brasileiro, de que a situação não seria tão grave na Amazônia e que estaria em curso uma campanha internacional de difamação do país, com objetivos econômicos. Isso apesar de dados oficiais, do sistema Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), terem apontado que, de janeiro a agosto de 2019, as queimadas no Brasil saltaram 82% em relação ao mesmo período do ano passado.

A versão governamental começou a ser formulada pelo presidente Jair Bolsonaro, que insinuou, na última quarta-feira (21/08/2019), que ONGs insatisfeitas com a perda de dinheiro poderiam estar colocando fogo na floresta amazônica “para filmar”.

Na quinta-feira (22/08/2019), foi a vez do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) minimizar o fogo na floresta. “A Amazônia brasileira está segura! Lá morei e sei que incêndios são episódicos em período de seca. Transformá-los em crise, esquecendo as tragédias que o fogo causou nos EUA e Europa, é má-fé de quem não sabe que os pulmões do mundo são os oceanos, não a Amazônia”, disse o general da reserva, pelo Twitter.

Já a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tratou de comparar as queimadas no Brasil a acontecimentos em outros países, tentando afastar as ameaças de sansões internacionais aos produtos agrícolas brasileiros. “Quando houve incêndios em Portugal, neste ano teve incêndio na Sibéria, enfim, teve incêndio no mundo todo também na época de seca da Europa, e o Brasil não foi lá questionar nem pedir para não receber nada. O que a gente precisa é baixar essa temperatura”, disse ela, em entrevista nesta sexta-feira (23/08/2019).

E mesmo quem já saiu do governo, como o ex-secretário-geral da Presidência da República general Santos Cruz, vai na mesma linha de pensamento: “O presidente francês mostra que não tem limites de arrogância e interferência. Não é novidade. É a velha mentalidade descabida, prepotente, abusada e colonialista que se observa em diversas oportunidades, como por exemplo na África”, tuitou o militar, também nesta sexta (23/08/2019), ao criticar o mandatário francês Emmanuel Macron, que havia chamado a Amazônia de “nossa casa“.

Bolsonaro falará em rede nacional
Apesar de todo esse esforço governamental para questionar a veracidade da crise, o presidente Jair Bolsonaro decidiu que fará um pronunciamento em rede nacional, com transmissão obrigatória por todos os canais abertos de TV, às 20h30 desta sexta (23/08/2019) para anunciar “medidas que já estão sendo adotadas para combater as queimadas e controlar o desmatamento na Amazônia”, segundo nota oficial divulgada pelo Palácio do Planalto.

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