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Mata Atlântica foi reduzida a 25% da vegetação original desde 1985

MapBiomas indica que 12 estados perderam cobertura nativa. Devastação afeta bacias hidrográficas e prejudica a geração de energia elétrica

atualizado

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Christian Ender/Getty Images
Mata Atlântica
1 de 1 Mata Atlântica - Foto: Christian Ender/Getty Images

O Brasil enfrenta uma grave crise hídrica que tem afetado a geração de energia elétrica. Uma das explicações para o fenômeno climático é a degradação ambiental.

Nesta quarta-feira (15/9), o MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima que monitora a devastação da vegetação, divulgou um dado alarmante: a cobertura florestal caiu para 25,8% na Mata Atlântica em 2020. Para se ter dimensão da queda de cobertura florestal, em 1985, o índice atingia 27,5%.

O bioma está em importantes bacias hidrográficas do país. São nessas áreas onde vivem mais de 70% dos brasileiros.

Segundo o estudo, 25% do bioma é ocupado por pastagens; 16,5% por mosaicos de agricultura e pastagem; 15% por agricultura; e 10,5% por formações naturais.

Nos últimos 36 anos, aponta o levantamento, 12 estados perderam vegetação nativa (veja o ranking na lista abaixo).

Os estados de São Paulo, Sergipe e Mato Grosso do Sul têm apenas 26% de cobertura vegetal da Mata Atlântica – entre florestas primárias e secundárias. Alagoas tem somente 16% e Goiás, 15%.

A década de maior recuperação de áreas florestais ocorreu entre 2000 e 2010, quando a Mata Atlântica ganhou 5.754 km², informa o MapBiomas. Por duas décadas, desde 2000, o estado de São Paulo manteve o crescimento da área de florestas.

Veja os estados que mais perderam cobertura de Mata Atlântica:

  • Bahia – 9.642 km²
  • Rio Grande do Sul – 6.899 km²
  • Santa Catarina – 6.359 km²
  • Paraná – 3.744 km²
“Estabilidade enganosa”

O MapBiomas explica que a cobertura florestal se manteve estável nos últimos 30 anos, após um longo período de desmatamento. Mas essa estabilidade é considerada “enganosa” pelo pesquisadores.

Para os especialistas, ela está relacionada a uma situação de perdas de florestas mais maduras e regeneração de vegetações mais jovens. Essas perdas podem ser observadas, por exemplo, em florestas de araucárias no Paraná.

“A aparente estabilidade da cobertura florestal da Mata Atlântica é enganosa porque existe uma diferença de qualidade entre uma mata madura, rica em biodiversidade e com carbono estocado, de uma área em recuperação”, alerta Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, em comunicado divulgado pela entidade.

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