Lacre plástico mata de fome um golfinho em extinção no litoral de SP
Instituto que monitora região afirma que diversos pedações de plástico foram encontrados no sistema digestório da toninha
atualizado
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Um pescador encontrou uma espécie de golfinho de menor porte com um lacre que o impediu de se alimentar. O caso ocorreu no domingo (2/12), próximo a orla de Praia Grande, no litoral de São Paulo. O animal, uma toninha (Pontoporia blainvillei), apresentava sinais de desnutrição e tinha diversos pedaços de plásticos no sistema digestório, segundo o Instituto Biopesca, que faz o monitoramento costeiro da região.
O espécime, já sem vida, ficou preso acidentalmente à rede de pesca que havia sido jogada ao mar. De acordo com o instituto, tratava-se de um macho adulto, que estava visivelmente magro, o que indica que não deveria se alimentar há algum tempo. O lacre plástico em forma de argola impediu o rostro, a estrutura que se assemelha a um bico do cetáceo, de abrir.
O Instituto Biopesca recomenda atenção ao descarte de plásticos, principalmente os lacres, que facilmente são engolidos pelos animais marinhos.
Animal em extinção
A toninha é uma pequena espécie de golfinho que habita águas costeiras do Brasil, Uruguai e Argentina, em profundidades de até 30 metros. Pode ser facilmente identificada pelo pequeno porte e pelo rostro acentuadamente longo e fino, com mais de 200 dentes. Seu corpo tem coloração que pode variar entre tons de marrom, cinza e amarelo e pode alcançar o tamanho máximo de 1,5 metros no litoral de São Paulo.
De acordo com Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2015), a toninha se apresenta como vulnerável e na Lista Nacional de Fauna Ameaçada como criticamente em perigo.
Como têm hábitos costeiros, as toninhas são muito vulneráveis às atividades humanas, sendo alvo fácil das capturas acidentais em redes de pesca.