Izabella Teixeira critica decisão da UE sobre produtos de desmatamento
A ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira declarou que a medida precisa ser discutida com o governo e não ser imposta
atualizado
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A ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira criticou uma decisão da União Europeia para barrar a venda de produtos da agropecuária brasileira que tiveram em vínculo com o desmatamento em alguma fase de sua cadeia produtiva. Para Teixeira, a proposta deveria discutir a questão com o governo federal brasileiro para decidir como aplicar a medida para não prejudicar a economia.
A decisão da União Europeia prevê que as empresas que vendem produtos como soja, carnes e outras commodities deverão garantir que a sua cadeia produtiva não tenha vínculo com o desmatamento no país.
Para as exportadoras que tiverem relação com o desmatamento em alguma fase da sua produção, serão aplicadas taxas extras ou o fechamento da mercadoria.
“A decisão de ontem da União Europeia é uma decisão unilateral. Portanto, não é uma decisão de cooperação internacional. Isso não foi negociado, isso foi imposto, a partir da perspectiva deles”, afirma a ex-ministra.
Para Izabella Teixeira, a proposta da União Europeia irá enfraquecer a exportação do país para o grupo que é responsável por aproximadamente 50% da compra de soja
“Então, isso significa ou quebra de fornecimento ou o Brasil direciona isso [soja] para outro local do mundo. Isso vai exigir uma visão de negociação e articulação que não se circunscreve aos mecanismos tradicionais que a gente sempre tratou na área ambiental”, afirmou a ex-ministra.
A declaração de Izabella Teixeira aconteceu durante as comemorações dos 10 anos do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg) em Brasília, capital federal, realizado pelo Observatório do Clima, nesta terça-feira (6/12).
O evento contou com a participação de figuras importantes para a agenda ambiental brasileira como a também ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede), coordenador técnico do Observatório do Clima, Tasso Azevedo, e com a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (Ipam), Ane Alencar.