Indígenas LGBTQIAP+ debatem formas de assegurar participação em lutas
Cerca de 6 mil indígenas se encontram no Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, para debater representatividade e demarcação
atualizado
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Povos indígenas de todo o Brasil se encontram no Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, para apresentar as suas reivindicações, entre elas a representatividade LGBTQIAP+ dentro das comunidades originárias.
O evento, realizado nesta terça-feira (25/4) e organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras entidades regionais, reuniu representantes dos povos Tupinaky’îa, Terena, Potyguara e outros.
Danilo Tupinaky’îa, secretário-executivo da Apib, relata as principais dificuldades enfrentadas por ser gay e indígena dentro e fora da comunidade. “Quando se trata de indígena LGBT as pessoas tratam como aberração: ‘não basta ser índio, ainda tem que ser LGBT’”, afirma.
“Esse debate dentro do movimento indígena, está sendo sendo essencial para que a gente possa desmistificar e acabar com a ideia de que o indígena é selvagem, é aquele homem todo marrento”, declarou Danilo Tupinaky’îa.
A fundadora da Caboclas Indígenas LGBTI+, Yakecan Potyguara, destacou a importância da representatividade de líderes LGBTs dentro dos grupos.“Somos LGBTs, mas a gente também luta pela demarcação dos nossos territórios, saúde, educação e, principalmente, pelas nossas vidas indígenas”, declarou Yakecan.
“Estamos aqui no ATL para mostrar aos nossos parentes que a gente está ocupando esses espaços também”, completou a fundadora da Caboclas Indígenas LGBTI+.
O Acampamento Terra Livre começou nessa segunda-feira (24/4), em Brasília. A expectativa da organização é atrair cerca de 6 mil indígenas de todo o país para lutar pela demarcação de terras e contra a violência nas comunidades.