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Imagem de mancha complica investigação sobre óleo no Nordeste

Pesquisadores apontam trecho de óleo no mar antes de passagem de navio apontado como suspeito. Jornal dos EUA diz que há 30 barcos na mira

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Marcos Rodrigues/Secom Sergipe
Oleo praia nordeste
1 de 1 Oleo praia nordeste - Foto: Marcos Rodrigues/Secom Sergipe

Quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Mácula, no dia 1° de novembro, parecia que estava chegando ao fim o mistério sobre a origem do derramamento de óleo que já atingiu ao menos 353 praias nordestinas. Quase uma semana depois, porém, a suspeita que se restringia a um navio de origem grega voltou a se ampliar e, segundo informações do jornal norte-americano The Wall Street Journal, está focada em cerca de 30 navios de 12 países diferentes.

A publicação ouviu a informação de um pessoa próxima à investigação, mas sob a condição de anonimato. Outra pessoa envolvida na operação de procura pelos responsáveis disse ao jornal americano que “há uma tremenda pressão no Brasil para que se ache o culpado e suspeitas estão sendo jogadas sem evidências reais”.

A frase diz respeito à suspeita que caiu sobre o navio Boubolina, da empresa grega Delta Tankers, que era citado nominalmente nas investigações da Polícia Federal. A empresa, porém, tem dito ter provas de que não teve nada a ver com o vazamento e há indícios de que as evidências sobre a culpa do navio grego não são fortes.

Um estudo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que está sendo usado nas investigações registra uma imagem de satélite que mostraria uma mancha de óleo no mar no último dia 24 de julho; mas o Bouboulina só teria passado pela região em 26 de julho.

Além de ter identificado a mancha antes da passagem do Bouboulina, o laboratório da Ufal também acompanhou todo o itinerário do navio grego, com respectivos horários e locais do trajeto, desde a Venezuela até a Malásia. Os pesquisadores afirmam que é improvável que seja o Bouboulina o causador do vazamento. “Verificamos que, aparentemente, não houve paradas do navio durante o percurso”, afirmou pesquisador Humberto Barbosa ao jornal O Estado de S. Paulo.

A mesma universidade já apontou indícios de que a fonte do vazamento pode estar no fundo do mar, não em um navio – possibilidade que ainda não foi comentada pelas autoridades brasileiras.

Mais quatro navios gregos
A Delta Tankers, dona do navio Bouboulina, revelou, ao mostrar documento enviado pelas autoridades gregas a pedido do Brasil, que outros quatro navios registrados no país estão entre os suspeitos. Tratam-se dos navios-tanques Maran Apollo e Maran Libra (da Maran Tankers), Minerva Alexandra (Minerva Marine) e do Cap Pembroke (Euronav).

Oficialmente, Polícia Federal e Marinha, responsáveis pela investigação, não divulgam o nome dos suspeitos.

Ainda segundo a reportagem do The Wall Street Journal, a carta enviada às empresas gregas pede que elas “providenciem informações detalhadas sobre a operação e portos visitados entre 1 de julho e 31 de agosto”. O documento dá prazo até o dia 13 de novembro para que as informações sejam prestadas.

(Com informações da Agência Estado).

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