Ibama determina que brigadas de combate a incêndio retornem às atividades
O instituto informou que a medida foi determinada por “exaustão de recursos” e alegou dificuldades financeiras
atualizado
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Após o Tesouro Nacional liberar recursos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou, nesta sexta-feira (23/10), o retorno às atividades das brigadas de incêndios florestais.
A decisão consta em ofício circular assinado pelo chefe do Centro Especializado de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e da Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro), Ricardo Vianna Barreto. Veja o documento:
SEI_02001.024065_2020_18 by Tácio Lorran on Scribd
As atividades foram suspensas nessa quinta-feira (22/10). O Ibama informou que a medida foi determinada por “exaustão de recursos” e relata estar com “dificuldades” financeiras desde setembro.
Após o anúncio, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o governo vai desbloquear os recursos necessários para a retomada das atividades das brigadas de incêndios florestais em todo o país.
A Secretaria do Tesouro Nacional negou, porém, ter promovido qualquer contingenciamento de gastos ou bloqueio de valores que impossibilitasse o Ibama de manter em atividade as brigadas que atuam no combate a incêndios florestais.
Apesar de o recurso ter sido liberado e o Ibama ter autorizado o retorno às atividades das brigadas, o episódio escancarou intriga entres os ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.
Salles chamou, em rede social, o ministro-general da Segov de “maria fofoca”. Ramos não se manifestou, mas Mourão saiu em defesa do colega de farda e disse ter sido “péssima” a atitude do ministro do Meio Ambiente.
A disputa entre a ala militar e Ricardo Salles, que tem apoio de deputados bolsonaristas, ocorre em meio a recordes de queimadas na Amazônia e no Pantanal, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Nos 30 dias de setembro, o Pantanal acumulou 8.106 focos de calor, superando em 35% o recorde histórico de 5.993 registrado em agosto de 2005. O número representa o maior número desde que o Inpe começou o monitoramento, em 1998.
Na Amazônia, por sua vez, foram cerca 30 mil queimadas somente em agosto deste ano. Setembro ficou no mesmo patamar (32 mil), valor 60% acima do registrado do mesmo período de 2019.