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Favelas no Brasil crescem em ritmo acelerado e ocupam 106 mil hectares

Relatório do MapBiomas aponta que as áreas urbanizadas brasileiras tiveram aumento de 208% nos últimos 37 anos

atualizado

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Favela em São Paulo
1 de 1 Favela em São Paulo - Foto: Deutsche Welle

Imagens de satélites feitas entre 1985 e 2021 e analisadas pelo MapBiomas, rede formada por ONGs e universidades, apontam que as favelas atingiram uma área de 106 mil hectares em 2021. Tais comunidades crescem de forma irregular e sem amparo dos governos estaduais nas principais capitais brasileiras.

As favelas se concentram principalmente em São Paulo, com 5.570 hectares. Belém (5.450 ha), Rio de Janeiro (5.038 ha) e Salvador (4.793 ha) vêm na sequência. Todas as comunidades registram crescimento semelhante em área informal, mesmo que possuindo características territoriais próprias.

O relatório divulgado nesta sexta-feira (4/11) destaca que as favelas em Manaus, no Amazonas, tiveram o maior índice de crescimento nos últimos anos e atingiram área equivalente a 10 mil campos de futebol em 2021. A Amazônia lidera o percentual de crescimento das ocupações informais do território: 29,3% do crescimento urbano nesse bioma foi em áreas informais.

O MapBiomas destaca também que as áreas urbanizadas tiveram um aumento expressivo nos últimos anos, sinônimo do crescimento populacional registrado em todo o Brasil nas últimas décadas. Entretanto, esse avanço desordenado nas principais cidades têm impacto direto no consumo dos recursos naturais, na qualidade de vida e na sustentabilidade urbana, apontou o estudo.

“O crescimento das favelas tem um comportamento parecido com o das áreas urbanizadas, mas na década de 90 as áreas informais aceleraram o avanço. Há uma chance muito grande de aumento de ocupação de áreas de risco por populações mais vulneráveis”, explica Julio Cesar Predrassoli, um dos coordenadores do mapeamento de Áreas Urbanizadas do MapBiomas.

Áreas urbanas

Entre 1985 e 2021, as áreas urbanizadas no país, por sua vez, passaram de 1,2 milhão de hectares para 3,7 milhões, um crescimento de 208% nos últimos 37 anos. Essa expansão equivale a três vezes o território de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Um destaque importante registrado pelas imagens de satélite é de que, a cada 100 hectares de favela, 15 foram construídos em áreas de risco entre 1985 e 2021.

Das 887 cidades com alguma área urbanizada em áreas de risco, apenas 20 cidades respondem por 36% de toda a área de risco ocupada nos últimos 37 anos. Salvador (BA), Ribeirão das Neves (MG), Jaboatão dos Guararapes (PE), São Paulo (SP), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG) são as seis primeiras da lista.

O levantamento mostra que 22,2% das vegetações naturais foram destruídas em sua totalidade para darem lugar às áreas urbanas. O maior índice de perda é no Piauí, com crescimento de 68,4% nos últimos 37 anos, seguido pela Amazônia, com perda de 59,9% da cobertura natural.

Em 2021, a Mata Atlântica foi cenário por 67% de toda a ocupação urbana que pressionou as margens dos corpos hídricos. Além disso, 280 mil hectares do bioma são de áreas urbanizadas de baixa densidade.

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