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Emissão de gases cresceu 16% no entorno da BR-319 em 1 ano, diz estudo

Entre os principais fatores pela liberação de gases, estão o desmatamento e a agropecuária nos municípios próximos à rodovia

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Imagem espacial e colorida de um trecho da BR-319 onde teve aumento de 16% na emissão de gases de efeito estufa - Metrópoles
1 de 1 Imagem espacial e colorida de um trecho da BR-319 onde teve aumento de 16% na emissão de gases de efeito estufa - Metrópoles - Foto: Reprodução/DNIT

O desmatamento e a atividade agropecuária nos arredores da BR-319, oficialmente Rodovia Álvaro Maia e mais conhecida como Rodovia Manaus–Porto Velho, foram responsáveis pelo aumento de 16% nas emissões de gases de efeito estufa durante o período de um ano, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima.

Os dados do Seeg apontam que entre 2018 e 2019 as emissões de gases nos 13 municípios que estão no entorno da BR-319 tiveram um salto de 54,7 milhões de toneladas de CO² equivalente para 63,8 milhões de toneladas.

Nas cidades próximas à rodovia, 10 registraram um aumento nas emissões e três tiveram queda. O maior crescimento aconteceu no município de Borba, no Amazonas, que saltou de 512 mil toneladas para 913 mil toneladas de CO² equivalente, uma alta de 75% na poluição climática de um ano para o outro.

Também no Amazonas, o município de Humaitá passou de 2,3 milhões de toneladas de CO² equivalente em 2018 para 3,7 milhões no ano seguinte, um aumento de 62%. Seguido por Autazes, com um salto de 1,2 milhão de toneladas de gases estufa para 2 milhões no intervalo analisado – crescimento de 59% na emissão de gases.

Obras na BR-319

O então ministro da Infraestrutura durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e agora governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), conseguiu autorização do ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Eduardo Bim para o asfaltamento da rodovia, que liga as capitais Manaus (AM) a Porto Velho (RO).

A licença do Ibama não respeitou estudos técnicos do próprio órgão e agora parlamentares do Amazonas passaram a pressionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silv (PT)a para que comece o asfaltamento da BR-319.

Entretanto, um estudo do atual diretor de Políticas de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Raoni Rajão, aponta que o asfaltamento da BR-319 poderia quadruplicar o desmatamento no seu entorno.

“Os estudos de impacto já mostraram que ela não tem nenhuma justificativa econômica e, mesmo assim, o hoje governador de São Paulo forçou uma licença prévia ‘mandrake’ no ano passado, passando por cima dos técnicos do Ibama. A estrada abrirá as últimas florestas intactas da Amazônia à grilagem e à extração ilegal de madeira”, declara o coordenador de Comunicação e Política Climática do Observatório do Clima, Claudio Angelo.

“Quem duvida, pode olhar o que está acontecendo com as emissões dos municípios do entorno da rodovia e com o desmatamento no sul do Amazonas, que explodiu com a perspectiva da pavimentação”, reforça Angelo.

Aumento do desmatamento na BR-319

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que as 42 unidades de conservação nas proximidades da BR-319 tiveram um aumento no desmatamento nos últimos anos.

Cinco delas ficaram entre as dez áreas protegidas mais desmatadas da Amazônia Legal em 2021: a Reserva Extrativista (Resex) Jaci-Paraná, a Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, o Parque Nacional (Parna) Mapinguari, a Floresta Estadual Tapauá e a Floresta Nacional Balata-Tufari.

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos

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