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Em apenas 7 dias, queimadas na Amazônia superam setembro de 2021

O bioma registrou um aumento de quase 10% em relação ao ano passado. O último mês foi o pior agosto dos últimos 12 anos

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sistema de combate de focos de incêndios na amazonia bombeiros sobrevoam áreas de queimadas próximo a Porto Velho em Rondonia
1 de 1 sistema de combate de focos de incêndios na amazonia bombeiros sobrevoam áreas de queimadas próximo a Porto Velho em Rondonia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Em apenas uma semana, o número de focos de incêndio registrados na Amazônia superou o índice de queimadas no mês de setembro inteiro do ano passado, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Nos últimos sete dias, o bioma registrou 18.374 focos de incêndio, um aumento de quase 10% em relação ao mês inteiro de 2021. Em setembro do ano passado, foram 16.742.

A primeira semana do mês também registrou o pior dia de queimadas nos últimos 15 anos. No último domingo (4/9), o bioma teve 3.393 focos registrados pelo Inpe em apenas 24 horas.

O número de incêndios em 4 de setembro foi mais de 43% maior do que no chamado Dia do Fogo, em 11 de agosto de 2019, quando foram registrados 2.366 incêndios na Amazônia. Naquele dia, agricultores se organizaram para organizar as queimadas, ao mesmo tempo, de um elevado número de pastagens e áreas em diferentes estágios de desmatamento.

Os números de 2021 vêm sendo superados desde maio deste ano. Até agora, o bioma teve 64 mil focos de incêndio, número que já corresponde a 85% do ano passado inteiro, quando foram registrados 75.090 focos.

Descontrole ambiental

A organização não governamental (ONG) WWF aponta que o bioma está “totalmente fora de controle” neste mês de setembro. Segundo Mariana Napolitano, gerente de Ciências da ONG, a explosão do número de queimadas na Amazônia tem relação direta com o desmatamento e a degradação florestal no bioma.

“Na Amazônia, as queimadas são o último estágio do desmatamento e estão fortementente associadas à grilagem, invasão e ocupação ilegal de terras públicas”, defendeu.

Entre os impactos, ela faz um alerta sobre os riscos para a flora e para a fauna, bem como para a saúde da população.

“As queimadas impactam diretamente os animais e a vegetação, tornando as matas mais degradadas e mais secas e aumentando a mortalidade das árvores. Impacta também a saúde da população da região que sofre com a poluição do ar, sobrecarregando o sistema de saúde pública. Precisamos urgentemente reativar as ações de comando e controle que protegem as  florestas e as pessoas”, afirmou Napolitano.

A fumaça de queimadas que atingem a floresta amazônica chegou, nesssa quarta-feira (7/9) a estados brasileiros das regiões Sul e Sudeste, como São Paulo e Paraná, além de outros países da América Latina, como a Bolívia.

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