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Com 189 focos, governo desmobiliza combate a óleo nas praias

Tragédia ambiental começou em agosto de 2019 e manchou de óleo mais de mil locais no Nordeste e Sudeste. Culpados não foram identificados

atualizado

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1 de 1 oleo1 - Foto: Ibama/Divulgação

O petróleo ainda não sumiu de todas as praias, mas terminou a grande mobilização do governo brasileiro para combater as manchas de óleo que atingiram cidades em todos os estados do Nordeste, além de Espírito Santo e Rio de Janeiro. Desde setembro do ano passado, foram recolhidas aproximadamente 5 mil toneladas de detritos nas 1.009 localidades atingidas. No último balanço do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), ainda havia vestígios do material em 189 localidades. O trabalho vai continuar, segundo os órgãos envolvidos, mas de maneira pontual.

A Marinha, que chegou a mobilizar 47 embarcações e sete mil militares na operação Amazônia Azul, informou que a terceira e última fase da ação terminou nesta quarta-feira (19/02/2020) e que os últimos navios que faziam a varredura no litoral atracaram no Rio de Janeiro. “Momento a partir do qual serão compilados os dados gerais da operação”, informou o órgão, em nota. “A situação caminha para a normalidade”, avaliou ainda a Marinha.

Nos piores momentos de uma das maiores tragédias ambientais da história do Brasil, grandes quantidades de óleo atingiram praias e poluíram recifes de corais e manguezais. O Ibama registrou ao menos 159 ocorrências de animais afetados pelo óleo, muitos dos quais morreram. Entre as vítimas, estão tartarugas marinhas e aves.

Além de servidores públicos (Petrobras, ICMBio, Defesa Civil e órgãos estaduais também participaram dos esforços), entidades de defesa da natureza, moradores das praias afetadas e até turistas participaram da mobilização para combater o óleo e limpar as praias, como a do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, na Bahia.

Um crime sem culpados
Mais de sete meses após a chegada do óleo, porém, o Brasil ainda não sabe sua origem nem conseguiu apontar culpados pelo crime ambiental. Logo nas primeiras semanas, análises apontaram que o petróleo que chegou ao Brasil havia sido extraído na Venezuela. Apesar disso, não foram encontrados indícios de responsabilidade do país vizinho em qualquer vazamento, o que direcionou as suspeitas a navios-tanque que passaram pelo oceano Atlântico na época do desastre.

Em outubro de 2019, no auge da crise, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a tentar culpar a ONG Greenpeace pelo crime ambiental. A acusação não chegou nem a ser oficialmente investigada.

A Polícia Federal deflagrou, dois meses após o aparecimento do petróleo, a operação Mácula, que apontava um navio de bandeira grega como principal suspeito pelo derrame de óleo no mar – o que foi taxativamente negado pela empresa dona da embarcação. Três meses depois, a culpa do navio Bouboulina não foi provada e não houve novas informações sobre a investigação.

Procurada, a PF informou apenas que o inquérito sobre o caso segue em andamento, mas “em sigilo”.

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