Chapada dos Guimarães: peritos americanos investigarão incêndios
As chamas atingem 6.180 hectares do parque, que segue fechado para visitação por tempo indeterminado
atualizado
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Peritos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) chegam neste domingo (15/09/2019) no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães para investigar as causas dos incêndios que atingem a região. Eles também irão ao Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, atingido pelo fogo.
As chamas comprometeram 6.180 hectares do Chapada dos Guimarães (MT), de acordo com estimativa divulgada neste sábado (14/09/2019) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O cálculo foi feito com base nos focos de calor. O parque segue fechado para visitação por tempo indeterminado.
Segundo o Ministério da Defesa, os peritos americanos trabalharão em parceria com os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do ICMBio, para apurar as origens dos incêndios florestais.
“É um tipo de investigação bem específica para saber se o fogo começou ilegalmente ou se houve somente uma queimada promovida pelos agricultores. A parceria entre a Usaid e o governo do Brasil começou em 1998, com o intuito de melhorar o processo de combate aos incêndios e prevenir os riscos”, afirmou o diretor da Usaid, Ted Gehr, em nota divulgada pelo ministério.
Parques irregulares
Em meio à perspectiva de privatização da gestão de alguns parques nacionais ainda este ano, anunciada pelo governo em agosto, uma pesquisa realizada pelo Instituto Semeia, de Pedro Passos, um dos fundadores da Natura, identificou que apenas 34% de 266 parques estão com sua área regularizada. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
A pesquisa mostra também a precariedade da gestão atual dos parques, já que 60% dos 266 gestores entrevistados afirmou não ter recursos necessários para conduzir o trabalho. Com isso, foi constatado que 22% das unidades de conservação não realizam contagem de visitantes e 20% tem no máximo dois funcionários trabalhando. Na escala de 1 a 10, os entrevistados deram nota média de 5,8 para a missão dos parques: conservação, uso público e educação/conscientização ambiental.