Caatinga perdeu 23,2% de superfície de água nos últimos 37 anos
Levantamento do Mapbiomas aponta que a desertificação atinge 160 mil hectares da Caatinga nas últimas quatro décadas, entre 1985 e 2021
atualizado
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A Caatinga perdeu 23,2% da sua cobertura de água, ou 160 mil hectares de superfície, entre 1985 e 2021, segundo levantamento divulgado pelo Mapbiomas, nesta quinta-feira (6/10). Pesquisa realizada com base em imagens de satélite mostra que a região menos atingida pela desertificação foi o Sergipe.
O bioma cobre os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e Minas Gerais. A Caatinga ocupa aproximadamente 10% de todo o território nacional, ou 844 mil quilômetros quadrados.
Confira o levantamento completo:
MapBiomas_Caatinga 2022_06_10 by Metropoles on Scribd
Perdas
O estudo aponta que a Caatinga teve uma perda de 6.010.506 hectares nos últimos 37 anos, uma redução de 10,54% em comparação com 1987. Em contrapartida, a agropecuária teve um avanço de 24,15% no bioma, a área teve um aumento de cinco milhões de hectares no mesmo período.
No Ceará, por exemplo, o ganho de áreas de pastagens nesse período foi superior a 320%, de acordo com o Mapbiomas. Na Paraíba e no Rio Grande do Norte, as áreas destinadas à criação de gado mais que dobraram (125% e 172%, respectivamente). Em Minas Gerais, a agricultura cresceu 131% no período mapeado.
“Mapeamos a região de Irauçuba, no Ceará, e detectamos a expansão de um núcleo de desertificação. Padrão semelhante foi observado em outros núcleos de desertificação, como em Cabrobó (PE), com tendência de expansão para leste, no sentido de Alagoas, e em Seridó (RN), verifica-se expansão para sul em direção à Paraíba”, explica o coordenador da Equipe Caatinga do MapBiomas, Washington Rocha.
As unidades de conservação da Caatinga ocupam 9,01% do bioma, ou 7,8 milhões de hectares, esses pontos perderam 3,3% de sua área nos últimos 37 anos, segundo a pesquisa divulgada pelo Mapbiomas.