Associação admite gafe em vídeo compartilhado por Salles sobre Amazônia
Gravação contestava queimadas na região amazônica usando imagens de um mico-leão-dourado – animal vive, exclusivamente, na Mata Atlântica
atualizado
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A Associação de Criadores do Pará (Acripará) admitiu nesta quinta-feira (10/9) que cometeu uma gafe ao ter assinado um vídeo contestando as queimadas na região amazônica com imagens de um mico-leão-dourado.
O presidente da entidade, Maurício Fraga Filho, afirmou que houve uma confusão no uso de um animal que vive exclusivamente na Mata Atlântica – e não na Amazônia – para tratar sobre o tema.
Assista ao vídeo:
“Amazônia não está queimando” … pic.twitter.com/l6iG0uGhhU
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) September 9, 2020
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram contabilizados 29.307 focos de calor no mês passado na Amazônia, um dos piores resultados dos últimos 10 anos.
A gravação chegou a ser compartilhada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que disse nas redes sociais: “Recebi este vídeo: ‘Amazônia não está queimando'”. A publicação gerou polêmica.
“Esse vídeo da Acripará que circulou pelas redes sociais foi ideia de duas associadas da nossa associação. Elas me procuraram, estavam revoltadas com um vídeo que circulou nas redes sociais, de uma ONG contra a imagem do produtor da Amazônia, e pediram para fazer um vídeo em resposta”, disse Maurício Fraga Filho em entrevista à GloboNews.
“Elas acabaram cometendo uma gafe, usaram uma imagem de arquivo da produtora que fez o vídeo, que foi a imagem do mico-leão-dourado. Mas entendemos que o mais importante do vídeo é a mensagem que ele passa, mas realmente foi uma gafe essa do mico-leão-dourado. A intenção era só circular pelas redes sociais, acho ninguém enviou para o ministro, ele deve ter pego, muitas pessoas pegaram nas redes sociais e foram divulgando”, completou.
Mourão minimiza episódio
Mais cedo, nesta quinta, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o vídeo funciona como uma “contrapropaganda” em relação às queimadas na Amazônia.
“Foi feito pelo pessoal do agro lá do sul do Pará, ali da área de Marabá. Da mesma forma como aqueles grupos que consideram que não estamos tratando direito da questão da Amazônia fazem o trabalho de propaganda deles, nós temos que fazer a contrapropaganda. Isso faz parte do negócio”, disse.