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Após desmatamento recorde, Mourão admite falta de integração em ações

Vice-presidente disse que atuação das Forças Armadas na Amazônia não freou desmatamento por falta de integração com órgãos ambientais

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Hamilton Mourao
1 de 1 Hamilton Mourao - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta terça-feira (23/11) que houve falhas na integração entre as Forças Armadas e as agências ambientais. O governo utilizou a Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para empregar militares na Amazônia com o intuito de ajudar a frear o desmatamento, as queimadas ilegais e os crimes ambientais gerais.

Essa atuação, contudo, não resultou em redução do desflorestamento. Segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite-Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na semana passada, o desmatamento na Amazônia nos 12 meses entre agosto de 2020 e julho de 2021 foi o maior para esse intervalo de tempo desde 2006. No período, quando o decreto de GLO estava vigente, o aumento registrado foi de 22%.

Questionado sobre quem falhou na coordenação, Mourão respondeu:

“Se você quer um culpado, sou eu. Não vou dizer que foi o ministro A, ministro B ou ministro C. Eu que não consegui fazer a coordenação e a integração da forma que ela funcionasse. Ela só foi funcionar na última fase da operação, quando a Samaúma aconteceu e aí a turma acordou para a necessidade de conversarem efetivamente uns com os outros, despirem os seus preconceitos, porque cada um tem seu preconceito em relação ao outro, à forma do outro de trabalhar e, a partir daí, houve a sinergia dos trabalhos.”

Anteriormente, Mourão havia dito que o ministro Joaquim Leite “é a cara do combate ao desmatamento”. A declaração do vice-presidente foi dada após a sétima reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal (Cnal).

Os órgãos ambientais alegam que os militares impunham ações e não acertavam detalhes com os agentes.

“A nossa avaliação é que as Forças Armadas não são uma agência de fiscalização. O trabalho delas é criar condições para as agências operarem e conseguirem se antepor às ações dos grupos ilegais”, disse Mourão.

Na avaliação dele, na primeira fase dessas operações, não houve uma verdadeira integração entre o trabalho dos militares e as agências ambientais, pois, apesar de apreensões de materiais, não havia a presença do agente capaz de emitir a multa e fazer a verificação em detalhes.

“Em relação à questão das falhas de, vamos dizer, de integração, eu tenho os meus limites, eu tenho limites na minha cadeira como presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal. Eu não dou ordem”, ponderou Mourão.

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