Após críticas, governo diz que combate ao desmatamento é “compromisso”
Brasil foi alvo de críticas dos líderes da Alemanha e da França em função das políticas ambientais adotadas pelo país no atual governo
atualizado
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Após um salto no desmatamento da Amazônia, o governo brasileiro, na manhã desta terça-feira (02/07/2019), ressaltou o compromisso com a preservação ambiental. O tema tem sido alvo de críticas internacionais de países como Alemanha e França.
Ao comentar pontos do acordo de comércio internacional com a União Europeia, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o país está atento a este quesito. “Temos compromisso em combater o desmatamento e de utilizar de forma sustentável os recursos naturais”, declarou nesta terça-feira (02/07/2019).
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou um crescimento de 60% no desmatamento na Amazônia em junho, em relação ao mesmo mês em 2018. A floresta perdeu, no mês passado, 762,3 km² de mata nativa, o equivalente a duas vezes a área de Belo Horizonte.
No mesmo período, em junho de 2018, o desmatamento havia sido de 488,4 km². No acumulado de 2019, o Brasil viu uma redução de aproximadamente 1,5 vez o território da cidade de São Paulo: 2.273,6 km². Este é o pior registro desde 2016.
Antes de viajar ao encontro do G20, grupo que reúne as maiores economias mundiais, a chanceler Angela Merkel criticou no parlamento alemão que via com”grande preocupação” a politica do governo brasileiro em relação ao desmatamento e aos direitos humanos.
A postura do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para a exploração da Amazônia também dificultou negociações com a França.
Lá, o entendimento é que enquanto na União Europeia as normas ambientais são cada vez mais rígidas, na América do Sul elas são maleáveis e desrespeitadas. São alvos de críticas o uso de agrotóxicos, hormônios do crescimento e soja geneticamente modificada, por exemplo.
Araújo rechaçou as reclamações e disse que o Brasil reafirmou sua participação no Acordo de Paris — que trata de preservação ambiental no mundo. Questionado se a postura foi um recuo para selar o pacto com a União Europa, ele negou. “Não foi isso. Não considero assim”, disse.
Para Araújo, o desmatamento não é tema que possa atrapalhar negociações internacionais pelo princípio da “precaução”. Ele ainda ressaltou que o tema não pode ser usado como uma barreira o comércio.