Após ataques, servidores cobram Ricardo Salles por “mais segurança”
Entidade sindical protocolou um ofício pedindo audiência com Ricardo Salles. Eles ameaçam a recorrer ao MP, ONU e OIT caso haja negativa
atualizado
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A insegurança e a onda violência contra os servidores da área ambiental deve centralizar uma conversa entre integrantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O objetivo é coibir as ameaças que funcionários ligados à pasta vem recebendo, sobretudo na Amazônia. Servidores ameaçam recorrer ao Ministério Público, Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) caso não sejam recebidos.
Apesar da cobrança da entidade sindical, o governo federal ainda não garantiu o encontro. Um ofício foi protocolado junto ao Ministério do Meio Ambiente no fim da tarde desta terça-feira (01/10/2019) pedindo urgência no agendamento de uma audiência.
O principal argumento para o debate são as recentes ameaças sofridas por agentes do Instituto Chico Mendes (ICMBio) que atuam no combate a incêndios na região Amazônica. Além disso, os servidores reclamam do número insuficiente de funcionários.
“Segundo relatos dos nossos sindicatos e da associação dos servidores da área ambiental, o clima nos locais de trabalho é aterrorizante, muito ruim”, destaca o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva.
Para a entidade sindical, os discursos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) têm acentuado a gravidade do ataques. “Antes mesmo das eleições, Bolsonaro já declarava que pretendia acabar com o que chamou de “indústria de multas” do Ibama e que era preciso fazer uma “limpa” nos órgãos de proteção ambiental”, destaca comunicado da Condsef.
Uma petição online conta com quase 35 mil assinaturas. Nela, os servidores relatam sua luta e trabalho em servir à defesa do meio ambiente e exigem que parem os ataques contra quem trabalha para preservar a Amazônia.
Na petição, servidores relatam cortes de orçamento e remanejamento de equipes sem motivo, além de demissões de profissionais experientes e restrições na atuação dos fiscais. Três cartas direcionadas à sociedade também integram o documento.
Versão oficial
O Metrópoles entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente, com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas não obteve retorno. O espaço continua aberto a manifestações.
“É papel do Estado garantir a segurança desses servidores e vamos exigir que esse tratamento seja dado. Também queremos discutir melhorias nas condições gerais de trabalho da categoria”, pontuou Sérgio Ronaldo da Silva.