Anvisa adia decisão sobre proibição de agrotóxico já banido na Europa
O carbendazim também já foi proibido nos Estados Unidos por suspeita de causar câncer e malformações em fetos
atualizado
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A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou, na semana passada, a decisão sobre o banimento ou não do uso do carbendazim nas plantações brasileiras. O agrotóxico é suspeito de causar câncer e malformações em fetos, mas mesmo assim segue em uso no Brasil por tempo indeterminado.
Estudo da Anvisa já recomendava a proibição da venda e aplicação do defensivo, porque ele é tóxico até em pequenas quantidades. O julgamento do uso desse agroquímico começou ainda em fevereiro, mas, em 27 de abril, a diretoria decidiu prorrogar o prazo de discussão sobre o efeito tóxico do produto.
A Anvisa ainda quer consultar o Ministério da Agricultura e o Instituto Nacional de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) sobre o tema.
Segundo Alex Campos, um dos diretores da Anvisa, em entrevista ao UOL, a intenção da agência é de o processo terminar em 30 dias, quando encerra a tomada pública de subsídios, onde há a consulta de especialistas e órgãos. O objetivo é haver uma deliberação o quanto antes.
A assessoria da Anvisa afirmou que ainda não houve decisão tomada e que seguem as “boas práticas de atuação”. Salienta ainda que é necessário complementar os trabalhos técnicos da agência que estão em um documento chamado Análise de Impacto Regulatório (AIR).
Carbendazim é um fungicida muito usado em lavouras de soja, feijão e arroz, por exemplo, e está presente em mais de 20 marcas de defensivos no mercado. Os fabricantes do agrotóxico se organizaram nesse período do processo para mobilizar medidas que adiariam a análise por parte da vigilância sanitária. A Anvisa atendeu a duas reivindicação desses industriais.
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