Ambientalistas querem barrar exploração de petróleo na Foz do Amazonas
Documento assinado por 80 organizações, enviado a representantes do governo Lula, pede um estudo ambiental antes da exploração de petróleo
atualizado
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Representantes de 80 organizações da sociedade civil enviaram, nesta quarta-feira (12/4), um ofício que alerta ministérios e órgãos do governo federal para que não seja emitida licença de extração de petróleo e gás na Foz do Amazonas.
A Foz do Amazonas está localizada na Margem Equatorial, local apontado como rico em petróleo pela Petrobras na fronteira entre o litoral do Amapá e o Rio Grande do Norte. Com os recursos fósseis localizados em águas profundas e ultraprofundas, a estatal prevê um investimento de US$ 2 bilhões para explorar a região.
Para as organizações da sociedade civil, a busca de petróleo na Foz do Amazonas irá ampliar a extração de petróleo e gás natural em toda a Margem Equatorial Brasileira. “A abertura dessa nova fronteira exploratória é uma ameaça a esses ecossistemas e, também, é incoerente com os compromissos assumidos pelo governo brasileiro perante a população brasileira e a comunidade global”, aponta um trecho do documento.
Os ambientalistas defendem que a licença de exploração não ocorra antes de uma análise multidisciplinar, com abrangência regional, para verificar os possíveis impactos na extração do “novo pré-sal”.
Segundo as organizações, a costa amazônica é um local estratégico para a conservação da biodiversidade e caso a exploração seja autorizada sem avaliar os critérios técnicos ambientais, poderá afetar no aumento das emissões de gases de efeito estufa e retirar investimentos destinado a fontes de energia renováveis para campos de petróleo.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defende a extração de combustíveis fósseis no local. A empresa planeja perfurar um poço a mais de 160 km do ponto mais próximo da costa e a mais de 500 km da Foz do Rio Amazonas.
Segundo a coluna do Guilherme Amado, no Metrópoles, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), alertou Jean Paul Prates que iria se posicionar contra a proposta de buscar petróleo na foz do Rio Amazonas.
Entre as organizações que assinaram o ofício estão:
- ClimaInfo;
- Greenpeace Brasil;
- instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé);
- Observatório do Clima;
- Observatório do Petróleo e Gás (OPG);
- OCEANA;
- Vozes do Planeta;
- WWF-Brasil;
- Entre outros.