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Ambientalistas pedem a Lula que indique Brasil como sede da COP

Aliança de grupos ambientalistas envia carta a Lula pedindo que o país retorne ao centro das negociações globais sobre o clima

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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa em SP
1 de 1 O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa em SP - Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles

Um dia após confirmar a ida do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP27, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) enviou uma carta ao petista pedindo que o Brasil seja recolocado no centro das negociações climáticas globais.

A participação de Lula na conferência, que ocorre de 6 a 18 de novembro no Egito, foi confirmada na terça-feira (1º/11) pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. O convite ao brasileiro foi feito pelo presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, que receberá na cidade de Sharm el-Sheikh mais de 90 chefes de Estado. Entre os participantes deverão estar os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron.

Às vésperas da COP27, a carta do FBOMS pede que Lula sinalize a vontade de o Brasil sediar a cúpula climática em 2025. Segundo o sistema de rodízio aplicado na escolha do país-sede, a América Latina ou o Caribe deverá receber o evento daqui a três anos.

“Nossa expectativa (proposta) é de que o vosso governo, desde já, sinalize a disposição do Brasil de sediar a COP30 em 2025, como ato político do compromisso de nossa contribuição significativa aos esforços globais para o enfrentamento da crise climática”, diz trecho da carta do fórum endereçada nesta quarta-feira tanto a Lula como ao vice eleito, Geraldo Alckmin.

“No âmbito do regime multilateral de mudanças do clima, o Brasil pode e deve resgatar o papel de liderança”, acrescenta o documento.

O Brasil deveria ter sediado a COP25, em 2019, mas o governo de Jair Bolsonaro, então recém-eleito e em transição, retirou a oferta, alegando restrições orçamentárias.

“Tendo em vista as atuais restrições fiscais e orçamentárias, que deverão permanecer no futuro próximo, e o processo de transição para a recém-eleita administração, a ser iniciada em 1º de janeiro de 2019, o governo brasileiro viu-se obrigado a retirar sua oferta de sediar a Cop25”, informou uma nota do Itamaraty enviada ao portal G1 em novembro de 2018.

Diante dos retrocessos na política ambiental desde 2019, o especialista em acordos climáticos e membro do FBOMS Rubens Born, um dos autores da carta, explica que o documento chama a atenção para a urgência do governo Lula em mudar a imagem do Brasil como “pária do meio ambiente“.

“Precisamos sinalizar para a comunidade internacional que, embora tenhamos muitos problemas a resolver na área ambiental, o Brasil está disposto a fazer a sua parte. Sediar a COP em 2025 é dizer que voltaremos a cooperar e que iremos fazer o nosso melhor possível para converter os índices de desmatamento e queimadas nos próximos três anos”, destaca Born.

Confira mais informações na DW, parceiro do Metrópoles.

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